Temporais no RJ deixam 16 mortos; Em Angra dos Reis há 7 desaparecidos

Quedas de árvores e deslizamentos de terra bloqueiam trechos da Rio-Santos – Foto: Divulgação/PRF

O Governo do Estado do Rio de Janeiro criou um gabinete de crise para atender as cidades castigadas pelas fortes chuvas. De acordo com informações da Secretaria de Estado de Defesa Civil, até o momento foram confirmadas 16 mortes nos municípios de Angra dos Reis e Paraty, na Costa Verde, e em Mesquita, na Baixada Fluminense.

O governador Cláudio Castro e o comandante do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, estiveram, na tarde deste sábado (02), nas cidades de Nova Iguaçu e Belford Roxo, que estão entre as mais castigadas pela tempestade. Segundo o executivo estadual, o Gabinete de Crise vai funcionar de forma integrada, com a participação de várias secretárias do governo.

“Mais uma vez lamentamos o ocorrido e as vidas perdidas. Nós já estamos assistindo a todas as cidades atingidas. Em algumas cidades ainda é preciso esperar a água baixar. Mas já determinei o cadastro de todas as famílias que perderam os seus bens para que façam o cartão Recomeçar e para o Aluguel Social”, declarou Cláudio Castro.

A Prefeitura de Angra dos Reis decretou estado de emergência em função do volume histórico de chuva registrado em 48 horas. Na Monsuaba, o deslizamento de, pelo menos, seis casas, deixou, até o momento, oito mortos, três pessoas seguem desaparecidas e cinco pessoas foram resgatadas com vida.

“Estamos muito tristes com as perdas ocorridas e deixamos aqui o nosso abraço a todas as famílias. A prefeitura estava presente em todos os momentos com os moradores. Estivemos hoje cedo na Monsuaba e também na Ilha Grande. A cidade estava preparada, fizemos as ações preventivas necessárias. Se tivéssemos esse volume todo de chuva, que foi o dobro do registrado nem Petrópolis, e não estivéssemos preparados, o estrago teria seria muito pior”, disse o prefeito Fernando Jordão.

Deslizamento atingiu, pelo menos, sete casas em Angra – Foto: Reprodução/Redes Sociais

Na Ilha Grande, a Praia de Itaguaçu, ao lado da praia Vermelha, foi praticamente soterrada. De acordo com relatos de moradores da região, há quatro pessoas desaparecidas. No momento, há 125 pessoas nos pontos de apoio abertos pelo município.

“Quatro pessoas estão desaparecidas na praia de Itaguaçu, são moradores de lá. Tinha uma casa na praia e desceu o morro em cima desse imóvel. Os vizinhos dizem que eles estão lá, não sabemos, não é certo, mas vamos fazer buscas”, disse o prefeito de Angra, Fernando Jordão.

Em Paraty, o prefeito Luciano Vidal decretou estado de calamidade pública em razão do agravamento dos danos provocados pelas chuvas que atingem o município da Costa Verde Fluminense. Sete pessoas de uma mesma família morreram após o deslizamento de sete casas no bairro da Ponta Negra. Uma criança foi resgatada com vida e, depois de receber atendimento no Hospital Municipal, foi encaminhado para o hospital de Praia Brava. O prefeito destacou as principais necessidades.

“Estão chegando mais 40 soldados do Corpo de Bombeiros para reforçar nossa equipe. Está aumentando o número de atendimentos de pessoas que estão precisando de ajuda com alimentação, atendimento médico, de um colchão, agasalho. Está aumentando muito o número de pessoas desalojadas, que estão procurando as escolas. Vários bairros estão sem energia elétrica. Toda a Zona Costeira está sem luz, não só por conta da empresa, mas pela dificuldade de acesso”.

Já na Baixada Fluminense, em Mesquita, Daniel Ribeiro, de 38 anos, morreu após levar um forte choque em um poste quando tentava ajudar uma outra pessoa a sair de uma área alagada. Outras cidades da região também registraram alagamentos. A Prefeitura de Nova Iguaçu afirmou que a cidade registrou 141 mm de chuva no bairro Moquetá, o que equivale a 148% da média de chuva do mês de abril.  Em Belford Roxo, em apenas duas horas choveu 228 milímetros, o suficiente para alagar diversos bairros como Babi, São Bernardo e Xavantes, pois o nível de água do Rio Botas subiu. A Prefeitura já disponibilizou cinco pontos de apoio para desalojados e desabrigados.

Ponto de alagamento em Belford Roxo, na Baixada Fluminense – Foto: Lucas Araújo/Super Rádio Tupi

Neste sábado (02), o prefeito Wagner dos Santos Carneiro, o Waguinho, percorreram todo o município. No total, são 300 desalojados e 10 desabrigados. Foram 180 pontos de alagamento.

“Daremos toda a assistência às pessoas desalojadas e desabrigadas. Conversamos com o governador e o Estado nos oferecerá todo suporte. Vamos reconstruir o município. Iremos montar uma força-tarefa de limpeza no Cantão, Babi, Santa Amélia, São Bernardo e todos os bairros atingidos pelas chuvas. Coloquei todas as Secretarias da Prefeitura para essas ações” , destacou Waguinho.

O final do mês de março e a chegada do mês de abril também foi devastador para os moradores da cidade de Queimados. De acordo com moradores, as chuvas fizeram com que centenas de famílias perdessem tudo o que tinham. O prefeito Glauco Kaiser informou que recrutou todo mundo para que possam tentar ajudar a população. “Funcionários que estavam de folga, equipes da Defesa Civil, todos estão formando uma verdadeira força-tarefa para auxiliar os moradores afetados da região. Seguimos torcendo por notícias”, destacou.

Veja quem são as vítimas das chuvas:

Paraty (mãe e cinco filhos), Costa Verde Fluminense:

• Lucimar de Jesus Campos
• João, 2 anos
• Estevão, 5 anos
• Yasmin, 8 anos
• Jasmin, 10 anos
• Luciano, 15 anos
• Lucimara, 17 anos

Angra, Costa Verde Fluminense:

• Menina, 4 anos
• Criança, 9 anos
• Menino, 11 anos
• Adulto, 35 anos
• Adulto, 60 anos
• Adulto, idade ainda desconhecida
• Vítima ainda não identificada
• Vítima ainda não identificada

Mesquita, Baixada Fluminense:

• Daniel Ribeiro, 38 anos