Patrulhando a Cidade
Vereador de Duque de Caxias é preso acusado de extorsão e lavagem de dinheiro
Além de “Carlinhos da Barreira”, dois policiais militares também foram detidos na operaçãoO vereador de Duque de Caxias, Carlos Augusto Pereira, conhecido como Carlinhos da Barreira, do MDB, foi preso, na manhã desta sexta-feira (22), durante uma operação do Ministério Público e da Polícia Civil.
Além do vereador, dois policiais militares também foram presos, Ricardo da Silva dos Santos e Carlos Alexandre da Silva acusados de participarem, junto com o parlamentar, de participar de organização criminosa que extorquia e lavava dinheiro.
Carlinhos da Barreira é apontado como o chefe da quadrilha e os PMs são acusados de fazer a segurança armada dele. Os agentes cumprem 17 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados, como a Câmara de Vereadores de Duque de Caxias.
“Estamos coletando mais informações que vão corroborar com toda a narrativa construída pela Polícia Civil e pelo GAECO. A investigação começou há um ano. Foi verificado que eles movimentaram R$ 70 milhões no período investigado, outros crimes foram praticados, não só agiotagem e extorsão”, explicou o delegado titular da 105ª DP (Petrópolis), João Valentim.
De acordo com as investigações, “Carlinhos da Barreira” emprestava dinheiro a pessoas físicas e exigia, em contrapartida, o pagamento de juros mensais. No caso de uma das vítimas, um empresário do setor de compra e venda de automóveis, o vereador emprestou, em janeiro de 2019, a quantia de R$ 1 milhão, por meio da compra de veículos indicados pelo empresário, e exigiu o pagamento de 3,5% mensais do valor emprestado a título de juros.
Um ano depois, quando o empresário não pagou a taxa cobrada pelo parlamentar, o vereador mandou os dois PM’s para ameaçá-lo de morte, como explica o promotor do GAECO, Rogério Sá Ferreira.
“Uma vítima compareceu na delegacia e relatou estar sendo ameaçada de morte por não estar conseguindo pagar os juros que o vereador estava cobrando. Ela tinha que pagar R$ 35 mil por mês, mas devido à pandemia a vítima não pode pagar o valor acordado e foi ameaçada. Na investigação vimos que a movimentação bancária é incompatível com os rendimentos declarados”.
Com relação aos policiais militares, o terceiro sargento Ricardo Silva, atualmente é secretário de obras do município de Silva Jardim e o cabo Carlos Alves, é lotado na Unidade de Polícia Pacificadora do Dona Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.