Rio
Monique Medeiros chora em audiência de acusados pela morte de Henry Borel
Ex-vereador Jairinho, que foi denunciado por tortura e pelo envolvimento em três episódios diferentes de violência contra o menino, também presta depoimentoMonique Medeiros chorou, pela primeira vez, durante audiência de instrução do caso Henry Borel. A mãe do menino de 8 anos, morto na madrugada do dia 8 de março, é uma das depoentes no Tribunal de Justiça do Rio.
Nesta quarta-feira (06), além de Monique, o ex-vereador Jairinho, que foi denunciado pelo Ministério Público por tortura e por seu envolvimento em três episódios diferentes de violência contra o menino Henry, um deles resultando na morte da criança, também presta depoimento por meio de videoconferência, em virtude de uma solicitação feita pela defesa do ex-vereador. Durante audiência, o delegado Henrique Damasceno afirmou que o que aconteceu com Henry Borel foi um relapso absurdo. “Uma mãe que sabe que o filho está apanhando é um relapso absurdo”, disse ele, uma das testemunhas de acusação.
O casal é acusado de homicídio triplamente qualificado, tortura, fraude processual e coação de testemunhas. Monique também por falsidade ideológica. Os laudos apontaram 23 lesões por ação violenta no corpo da criança. O crime aconteceu no apartamento onde o ex-vereador e a professora moravam, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Há poucos dias da audiência, a Justiça do Rio determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jairinho, e de Monique Medeiros. Segundo a juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal, destacou que só assim será possível delimitar o “patrimônio dos acusados, para fins de eventual e futura fixação da indenização”.
Uma das testemunhas de acusação é a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, ex-mulher de Jairinho. Ela chegou a entrar com um pedido de habeas corpus para não comparecer a audiência de instrução. A dentista alega que foi casada com o ex-vereador por 20 anos e citou o artigo 206 do Código Penal, que prevê que a testemunha pode se recusar a depor se for cônjuge, ainda que divorciado. Apesar disso, a Justiça negou e Ana Carolina precisará comparecer.