Menina de 6 anos morre de febre causada por carrapato no Norte Fluminense

(Foto: Lorena Campos / SMS Contagem)

Uma criança de 6 anos morreu por febre maculosa em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O caso aconteceu na comunidade Cafuringa, no distrito de Travessão, área rural, onde o risco de casos é maior por conta dos animais de grande porte que existem na região.

Na residência da família, segundo a Prefeitura de Campos, foram encontrados carrapatos nas paredes, entulho e até uma capivara, que é um dos hospedeiros da bactéria. No início do ano passado, uma criança de 2 anos morreu em Campos em circunstâncias semelhantes. Na época, a morte foi tratada como causa desconhecida.

Por conta disso, a Secretaria de Saúde de Campos está fazendo um trabalho de campo intenso para tentar identificar e combater focos do carrapato-estrela. A doença, transmitida pelo animal, pode afetar a região cerebral e os rins.

O período de incubação da febre maculosa, que é o período existente para as manifestações dos primeiros sintomas, é de 2 a 14 dias, mas varia de acordo com cada pessoa.

Os principais sintomas da doença são:

• Febre acima de 39ºC e calafrios;
• Dor de cabeça intensa;
• Náuseas e vômitos;
• Diarreia e dor abdominal;
• Dor muscular constante;
• Inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés;
• Gangrena nos dedos e orelhas;
• Paralisia dos membros que podem causar parada respiratória;

Com a evolução da Febre Maculosa, é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES), por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), informou por meio de nota que foi notificada, via contato telefônico, nesta segunda-feira (13), pelo Laboratório  de Hantaviroses e Rickettsioses da Fiocruz-RJ,  sobre a confirmação de um óbito por febre maculosa ocorrido no município de Campos dos Goytacazes no dia 31 de agosto.

Nesta quinta-feira (16), a equipe estadual abordou a questão durante reunião técnica (GT Vigilância em Saúde), que ocorre mensalmente com os municípios da região Norte do estado.

No mesmo dia de notificação, 13 de setembro , a SVAPS fez contato com a Vigilância Epidemiológica do município para que fosse realizada a investigação do caso com objetivo de apurar a origem do local de infecção e para realização de uma pesquisa no ambiente por vetores. A SVAPS também ofertou apoio para a investigação, que segue em andamento pela vigilância de Campos.

Este ano, até o momento, foram registrados 12 casos e 2 óbitos por febre maculosa no ERJ. Outros dois óbitos estão em fase de investigação. Em 2020, também foram 12 casos e 2 óbitos. Já em 2019, foram 35 casos e 14 óbitos.

Importante ressaltar que esses dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) no dia 15/9/2021 e estão sujeitos à revisão.

Já o Ministério da Saúde esclareceu por meio de nota que todo caso suspeito de febre maculosa é de notificação obrigatória e imediata às autoridades Municipais, Estaduais e ao Ministério da Saúde. Por este motivo, a pasta foi notificada do caso e segue monitorando o evento junto à Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro. A orientação é a realização da investigação epidemiológica imediatamente após a notificação, para permitir que as medidas de controle e prevenção de novos casos possam ser adotadas em tempo oportuno.

Para aqueles que residem em área de transmissão de febre maculosa, caso venha a manifestar os seguintes sinais e sintomas – febre, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas e vômitos – procure assistência médica e relate ao profissional de saúde se foi picado por carrapato ou se esteve em áreas com infestação de carrapatos.