Patrulhando a Cidade
‘Não tem acordo. Pode mandar enfrentar que Estado vai sempre vencer’, afirma Allan Turnowski sobre crime organizado
Secretário da Polícia Civil falou com exclusividade nesta sexta-feira (7) à Super Rádio TupiO secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, falou com exclusividade à Super Rádio Tupi sobre a operação na comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, na quinta-feira (6). A entrevista aconteceu no Programa Isabele Benito, nesta sexta-feira (7). O secretário afirmou que toda ação da polícia é feita baseada em dados de inteligência.
“Esses dados se transformam em uma investigação e, no final, em uma operação. São dados que a gente têm de traficantes corrompendo menores. Nunca os filhos deles, por que esses eles não querem que sejam traficantes. Mas, filhos de moradores, eles aliciam para o tráfico, colocam no treinamento militar e transformam em soldados”, disse o secretário.
Segundo o delegado, a polícia realizou um levantamento dos esconderijos dos traficantes, das drogas e de armas. “Dois dias antes, com a chegada dos 21 mandados de prisão, a gente preparou a operação com todas essas informações da investigação”, continuou o secretário.
O delegado disse também que a polícia teve dificuldade em avançar na comunidade. “Eu vi traficantes fortemente armados invadindo a casa de moradores, estavam na laje e, naquele momento, a gente tinha dois policiais baleados e um terceiro baleado na cabeça. Eu sabia que a gente tinha que progredir e passar pelas barricadas”.
O secretário afirmou preocupação por ser uma guerra entre o estado e uma facção criminosa. “A gente sabe que ali é a ponta do iceberg. Se eles estão enfrentando, é porque os líderes presos dão a ordem para o enfrentamento. Eles pensam que nós não podemos agir nas comunidades deles e ficam mandando recado. Não tem acordo. Pode mandar enfrentar que o Estado vai sempre vencer vocês”, afirmou secretário Allan Turnowski sobre crime organizado.
Allan Turnowski disse também que caso o Estado precise de ajuda, ele irá pedir. “Nós vamos vencer sempre. Se precisar de ajuda, a gente pede as forças armadas, a gente pede tanque, mas a gente vai vencer. Não nos enfrentem”, disse.
Questionado pela jornalista Isabele Benito sobre a repercussão da operação, o secretário afirmou que dos 24 suspeitos mortos, 18 tinham antecedentes criminais. Allan afirma que a discussão agora é quem vai vencer – o Rio ou o crime – e que as regras do tráfico mudaram. “Hoje é outra mentalidade. Eles estão articulados politicamente, tentam fazer os seus vereadores, seus deputados. É contra isso que a gente está lutando e a gente precisa do apoio da sociedade”.
O delegado disse também que a polícia seguiu integralmente a ordem do Supremo Tribunal de Justiça. “Ontem à noite, eu falei com o Procurador-Geral de Justiça, doutor Luciano Mattos, e ele mandou um perito, contratado pelo Ministério Público, para acompanhar as nossas necropsias e laudos. Nós não temos nada a esconder”, afirmou o secretário.
Segundo Allan, não tem como um ministro proibir a ação da polícia. “Isso nunca foi feito. É uma interpretação de determinados segmentos. Uma criança ser aliciada pelo tráfico? É ali que os direitos humanos têm que entrar. Junto com a gente. Não impedir que a polícia trabalhe depois que estão aliciadas e com fuzil na mão”.
O secretário afirmou que os Direitos Humanos deveriam dar voz aos moradores que são contras os traficantes. “O morador, esse sim tem o meu respeito, vive na ditadura do tráfico e não têm voz. Só dão voz a aqueles que são a favor do tráfico e contra a polícia. Nós precisamos dos Direitos Humanos na hora em que as crianças estão sendo aliciadas”.
Para finalizar, o delegado Allan Turnowski disse que a operação no Jacarezinho não é uma simples operação policial, mas é o Estado contra o tráfico.