Política
Ex-secretário de Saúde presta depoimento encoberto por ‘pano vermelho’
Transmissão foi proibida pelo Tribunal de Justiça. Jornalistas não puderam fazer nenhum tipo de registroDurante depoimento nesta quarta-feira (7), no Tribunal Misto, o ex-secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos disse ter recebido um telefonema do Witzel, na véspera da exoneração, propondo uma reunião de advogados para alinhar os discursos para o Ministério Público. Ele confirmou a existência da Caixinha da propina.
Edmar Santos declarou que o pastor Everaldo e o empresário Mário Peixoto tinham informações privilegiadas sobre assuntos da secretaria de saúde.
Ao chegar no Tribunal Misto, o ex-secretário entrou encoberto por um pano vermelho. A transmissão do depoimento foi proibida pelo Tribunal de Justiça e os jornalistas não puderam fazer nenhum tipo de registro.
O governador afastado Wilson Witzel dispensou os próprios advogados e pediu mais 20 dias para a apresentação da defesa no processo que julga o impeachment do político. O ex-juiz alegou que não tem dinheiro para pagar os advogados. Mas, o pedido foi rejeitado.
Em resposta à Witzel, o presidente do Tribunal Henrique Carlos Figueira defendeu que ele seja assistido por um defensor público ou por um advogado do escritório que o defendia.
O político será interrogado, nesta quarta-feira (07), pelo Tribunal Especial Misto que julga o processo de impeachment. O ex-secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, também será ouvido pela Corte.
Durante entrevista coletiva, o governador afastado afirmou que não pode ser julgado pelos atos de corrupção do ex-secretário de estado de saúde, Edmar Santos. Wiitzel disse que foi surpreendido pelo teor da delação premiada do ex-secretário.
Vale lembrar que o processo chegou a ser suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro do ano passado. Nesta semana, Witzel tentou novamente adiar o interrogatório. Os advogados do ex-juíz citaram cerceamento à liberdade de defesa por supostamente não terem acesso à delação de Edmar.
Nesta segunda-feira (05), o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido para suspender novamente o processo.
Witzel está afastado do governo desde agosto de 2020, por determinação do STJ, no processo que deu origem ao pedido de impeachment.