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Morre ex-presidente argentino Carlos Saúl Menem
Menem liderou o retorno do peronismo ao poder após a restauração da democracia.
O ex-presidente Carlos Saúl Menem, que dirigiu a Argentina entre os anos de 1989 e 1999, morreu neste domingo, em Buenos Aires, aos 90 anos, vítima de uma infecção urinária e que se complicava com problemas cardíacos. Menem sucedeu a Raúl Alfonsín e liderou o retorno do peronismo ao poder após a restauração da democracia.
Menem morreu como senador, cargo que permitiu escapar das sentenças de prisão que tinha por corrupção. Advogado, governador e senador, o ex-presidente argentino foi duas vezes preso durante os regimes militares das décadas de 70 e 80 e duas vezes condenado por corrupção e tráfico de armas.
Ele evitou a prisão por causa da imunidade parlamentar e, nos últimos anos, foi absolvido. Muitos consideram que seu primeiro governo, entre 1989 e 1995, foi o melhor dos últimos 40 anos na Argentina: eliminou a hiperinflação, estabilizou a política, promoveu o consumo e a abertura, recebeu apoio internacional e gerou consenso nacional para modificar a Constituição.
Já o segundo mandato foi, na época, visto como um dos piores da história nacional: a corrupção política e judicial se espalhou, os escândalos do presidente foram uma vergonha internacional e o modelo econômico, baseado na paridade entre o dólar e o peso a chamada “conversibilidade”, que gerou a pior crise econômica em décadas, em 2001.