Capital Fluminense
Rio permanece em risco alto para Covid-19 pela quarta semana consecutiva
De acordo com a Prefeitura, no entanto, a fila de espera por leitos foi zeradaO prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), fez um novo apelo para que os cariocas evitem e denunciem aglomerações durante o período de Carnaval, ao acompanhar a divulgação do 6º Boletim Epidemiológico da Covid-19, no Centro de Operações (COR), na Cidade Nova, nesta sexta-feira (12). A apresentação mostrou que pela quarta semana consecutiva a capital fluminense permaneceu na classificação de alto risco, mas que a fila de espera por leitos, que no início de janeiro era de 150 pessoas, foi zerada.
“Chegou a sexta do Carnaval que não vai acontecer. As razões do cancelamento, de termos regras de distanciamento, de não se permitir festas e bailes, têm o único objetivo: o de preservar vidas. Meu apelo aos cariocas é para que, por favor, evitem aglomerações em blocos e festas, porque é assim que as autoridades sanitárias nos recomendam”, afirmou o prefeito.
Paes ainda recordou que todos terão várias opções para se divertirem dentro de suas casas. Seja por acompanhar a reprise de desfiles antigos pela televisão, seja por eventos online promovidos por blocos e escolas de samba via redes sociais.
Como as 33 regiões administrativas (RAs) ainda estão em nível alto, as medidas de proteção à vida não se alteram. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que apesar de as médias móveis de casos e de óbitos manterem a tendência de queda e a fila por um leito Covid-19 estar zerada, a classificação permaneceu porque estamos no período de Carnaval e pelo fato do surgimento de novas variantes do vírus, apesar de nenhum caso dessa cepa ter sido registrado no Rio.
“A grande maioria das áreas da cidade já poderia estar em risco moderado. Mas têm situações que a gente não pode ignorar que é a questão do carnaval e também da cepa de Manaus circulando. A gente ainda não tem todas as informações sobre ela. Na saúde pública precisamos ter prudência e a opção foi manter todo mundo em risco alto”, declarou o secretário de Saúde.
O boletim epidemiológico mostrou ainda que o Rio registrou 194.497 casos de Covid-19 desde o início da pandemia. O total de óbitos foi de 17.888. A letalidade está em 9,2% e a mortalidade em 268,5/100 mil habitantes. As RAs de Copacabana (V), Centro (II), Lagoa (VI) e Tijuca (VIII) são as que concentram a maior incidência acumulada de casos confirmados da doença. Centro e Lagoa têm as maiores taxas de mortalidade acumulada.
Mais de 200 mil pessoas vacinadas
O Rio de Janeiro é o município do estado que mais vacinou contra a Covid-19, com tempo médio de espera para a aplicação da vacina inferior a 15 minutos. Já foram aplicadas na cidade 224.389 doses, o que corresponde a 3,33% da população. A Secretaria Municipal de Saúde tem conseguido executar o calendário planejado. Na segunda (15) e na terça-feira (16), está mantida a imunização de idosos de 84 e 83 anos, respectivamente. Pelo cronograma informado pelo Ministério da Saúde, há previsão de o município receber novas remessas de doses nas duas próximas semanas, com as quais espera manter a programação da vacinação para os próximos grupos prioritários.
As vacinas para a segunda dose de quem tomou a primeira no início da campanha estão garantidas e começarão a ser aplicadas na semana que vem. As equipes de saúde aproveitarão a terça-feira de carnaval para retornar às instituições de longa permanência, onde aplicarão a segunda dose em idosos que vivem em asilos e pessoas com deficiência institucionalizadas. População indígena e quilombola, além dos profissionais das unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) envolvidos na campanha de vacinação também receberão a segunda dose neste dia.
Ainda no dia 16, unidades hospitalares e de pronto atendimento deverão aplicar a segunda dose da vacina nos próprios profissionais que tomaram a primeira dose no local de trabalho em janeiro.
Guia de medidas de proteção à vida
Como a cidade se mantém em risco alto, as medidas de proteção à vida propostas não mudam. Entre elas, estão: limitação da capacidade de lotação de estabelecimentos, alteração nos horários de funcionamento e ampliação das regras de distanciamento em locais fechados, além, é claro, do uso de máscara e álcool em gel para higienizar as mãos.
Para ajudar a população a entender quais são as medidas indicadas para cada faixa de risco, conforme estabelecido na Resolução Conjunta SES/SMS nº 871, de 12 de janeiro de 2021, a Secretaria Municipal de Saúde lançou o “Guia de medidas de proteção à vida”. Disponível para download no site http://coronavirus.rio/, o guia apresenta de forma didática as restrições que devem ser adotadas em cada tipo de estabelecimento quando a faixa de risco estiver moderada (amarela), alta (laranja) ou muito alta (vermelha).
Fila zerada por leito Covid-19
A capital fluminense segue sem nenhum paciente aguardando por mais de 14 horas em unidades de urgência e emergência por leito especializado para síndrome respiratória aguda grave (SRAG), casos suspeitos ou confirmados da doença. Todos os pacientes que deram entrada ao longo desta quinta-feira (11) foram direcionados aos leitos Covid-19.
No fim da tarde desta quinta, havia 886 pacientes internados nos leitos da rede SUS (municipais, estaduais, federais ou universitários) para a doença no município, com uma taxa de ocupação média de 73% dos leitos operacionais.
Fiscalização para evitar aglomerações
A Prefeitura do Rio mantém intensificadas as ações de fiscalização na cidade para garantir que as normas restritivas de proteção à vida sejam cumpridas. Ações integradas desde o dia 15 de janeiro entre a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), o Instituto de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), a Guarda Municipal e a Defesa Civil já passaram por 51 bairros, contabilizando 443 inspeções em estabelecimentos, 232 infrações sanitárias e 36 interdições.
Nesta quinta (11), foi anunciado o plano logístico de prevenção e combate às aglomerações durante o período de carnaval, cancelado devido à pandemia da Covid-19. Desta sexta-feira (12/02) até o dia 21 de fevereiro, os órgãos municipais (Seop, Ivisa-Rio, Centro de Operações Rio, Guarda Municipal, Secretaria Municipal de Transportes e CET-Rio) farão ações de fiscalização para evitar eventos irregulares que gerem concentração de pessoas. As medidas estão amparadas no Decreto n° 48.500 e na Resolução Conjunta SES/SMS.
De acordo com o artigo 2° do decreto N° 48.500, publicado no último dia 5 em Diário Oficial, estão proibidos, neste período, a concentração e o desfile de escolas de samba e blocos de rua; a concessão de autorização para comércio ambulante temporário e de licenciamento transitório para eventos de blocos carnavalescos; e a entrada na cidade de ônibus e demais veículos fretados, exceto aqueles que prestem serviços regulares para funcionários de empresas ou para hotéis, cujos passageiros comprovem reserva de hospedagem.