Rio
Paes aponta existência de ‘ação coordenada’ na paralisação do BRT
Segundo o prefeito, os empresários já sabiam do movimento desde domingo, porém negaram que houvesse uma possibilidade de greveO prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), declarou, no início da noite desta segunda-feira (01), que houve uma “ação coordenada” que resultou na paralisação do sistema de transportes do BRT. A afirmação foi dada logo após uma reunião do político com representantes da concessionária responsável pelo serviço, realizada no prédio da Prefeitura, na Cidade Nova, Região Central da cidade.
“Houve uma ação coordenada hoje. Eu não estou chamando de ‘locaute’, nem estou dizendo que os empregados estavam ali a serviço deles. Mas houve uma ação claramente coordenada, que é inaceitável e não vai se repetir. Se ela se repetir, a resposta será a caducidade do contrato e o cancelamento da concessão”, assegurou o prefeito.
Segundo o chefe do Executivo municipal, desde domingo (31), os empresários já sabiam do movimento, porém negaram que houvesse uma possibilidade de greve. Paes declarou também que um plano de contingência foi feito e enviado para os empresários, que não atenderam a determinação da Prefeitura.
“Essa foi uma greve provocada por declarações antecipada. Não houve sequer um gesto concreto, o salário só ficaria atrasado a partir de sexta-feira (05). Quem cabe dialogar com os funcionários deles são eles, não cabe a Prefeitura pagar os salários de funcionário e empregado de empresa de ônibus. Eles tem o direito de receber e nossa função é cobrar deles”, afirmou.
Em conversa com a imprensa, Paes disse ainda que os empresários deixaram o encontro no gabinete da Prefeitura assumindo o compromisso de dialogar com os empregados e retomar o serviço do BRT ainda nesta segunda-feira.
“O compromisso deles é de voltar ainda hoje. De qualquer maneira, nós temos o plano de contingência, que ontem foi dialogado com eles e que não foi colocado em prática. Este plano já foi oficiado a eles para que coloquem em ação caso essa greve continue. Mas saímos daqui com a garantia de que eles negociariam com os seus funcionários para que eles retomassem os serviços”, relatou.
O prefeito garantiu que, embora tenha sido constatado um “desequilíbrio econômico” no sistema, ele não aceitaria “qualquer tipo de discussão” sobre uma possível ajuda financeira do município à concessionária. Paes também acrescentou que há duas alternativas para situação que serão estudadas nos próximos 90 dias.
“Nós tínhamos dois caminhos aqui. Um era decretar a caducidade do contrato existente, que é algo ainda não descartado; o outro era que a gente, olhando para o médio e longo prazo, pudesse fazer uma transformação bastante importante do contrato entre o município e as concessionárias”, adiantou.
Por meio de nota, o BRT Rio disse que haverá uma audiência na Justiça do Trabalho, na tarde desta terça-feira (02), que terá como objetivo resolver o impasse que acarretou a greve de motoristas. Além disso, a concessionária “suspendeu temporariamente a aplicação do 5º. Termo Aditivo assinado com o Sindicato dos Rodoviários” e solicitou aos motoristas “o retorno imediato ao trabalho”.
Vale frisar que o termo em questão era uma das reivindicações dos motoristas para a paralisação. Ele determinava que os funcionários ficassem uma semana em casa por mês, com desconto no salário.
Já a Rio Ônibus, que é o sindicato das empresas rodoviárias, afirmou em comunicado que “reitera o apelo para que os motoristas do BRT Rio retornem imediatamente às suas funções”.