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Rio

Relatório da Alerj avalia o ano de 2020 como “desalentador”

Segundo o documento, em cinco meses, número de desempregados no Rio de Janeiro teve alta de 48%

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(Foto: Reprodução)

A Comissão de Trabalho da ALERJ divulgou o relatório anual (2019/2020) sobre a situação de crise vivida pelo Estado do Rio de Janeiro, especialmente durante a pandemia de coronavírus.

Presidido pela deputada estadual Mônica Francisco, o relatório avalia o panorama do período como “desalentador”. Segundo o documento, em cinco meses (entre Maio e Setembro), o número de desempregados no Rio de Janeiro teve alta de 48%.

Por conta dos resultados mais fracos de atividade produtiva nos últimos trimestres, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) prevê uma queda de 4,6% para o PIB fluminense de 2020, sendo a maior queda registrada na série histórica iniciada em 2002.

Ainda de acordo com o documento, o desemprego é mais presente entre mulheres, pretas ou pardas, além de ter viés juvenil, sendo que a maior parcela dos empregos precários é ocupada por mulheres negras.

Do total de 6,2 milhões de pessoas que atuam nas funções de empregadas domésticas, babás e diaristas “de forma subvalorizada”, 5,7 milhões são mulheres, sendo 3,7 milhões negras. Além de trabalharem fora, segundo o documento, as mulheres fazem 75% de todo o trabalho de cuidados não remunerado do mundo.

Quando o assunto é remuneração e raça, o rendimento médio de uma pessoa branca empregada é 73% maior do que o de uma pessoa preta ou parda, a renda média de uma pessoa branca é de R$ 2.976, a de uma pessoa negra é de R$ 1.608.

O relatório também citou uma audiência que ocorreu em conjunto com a Defensoria Pública para propor políticas públicas para familiares de vítimas de violência no Estado. A ideia foi a criação de um Fundo de Reparação Econômica destinado a subsistência dessas famílias, composto por 5% da dotação orçamentária da Segurança Pública.

Pandemia de coronavírus

Desde o início de 2020, o mundo vive grandes desafios por conta da pandemia do coronavírus. No relatório, a ALERJ mostra dados de uma pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, a pedido da Central Única das Favelas – CUFA.

Segundo a análise, durante a pandemia, 60% da população branca aponta ter perdas nos rendimentos, já na população negra esse número é de 73%.

Negros são a ampla maioria entre os mais pobres. Porém, entre os que recorreram ao auxílio emergencial do Governo Federal, a população negra foi contemplada em 74%, já entre os brancos esse número salta para 81%.