Campanha de vacinação contra a raiva começa nesta quinta no Rio

Foto: Glaucia Rafael/SUPAN

Após um ano, cães e gatos voltarão a ser vacinados contra a raiva no Rio. Nesta quinta-feira (01), a Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde inicia as etapas de imunizações desses animais – são cinco no total. O objetivo é aplicar 500 mil doses. Neste ano, a novidade são os 11 postos de atendimento em sistema drive thru espalhados pela cidade, medida que pretende ampliar o acesso da população de forma segura. A primeira etapa da campanha acontece na Zona Oeste. Receberão postos desse tipo: Barra da Tijuca, Copacabana, Campo Grande, Deodoro, Guadalupe, Ilha do Governador, Irajá, Madureira, Pavuna, Tijuca e Santa Cruz. O atendimento será às quintas, sextas e sábados, sempre das 9 às 17 horas, de acordo com as datas previstas no calendário da campanha. O serviço é gratuito.

A transmissão da raiva ocorre por meio da saliva de animais infectados, principalmente por mordidas, mas também podem ocorrer via arranhões e lambidas desses animais.

“A raiva é uma enfermidade infecciosa aguda que atinge os mamíferos, inclusive o homem. No ano passado não tivemos a produção da vacina no Brasil para cães e gatos. E é justamente por essa razão que precisamos atingir a meta com foco na conscientização. A raiva é uma zoonose que tem letalidade de 100% tanto para os animais quanto para os homens”, explicou a médica-veterinária Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses, em entrevista à Super Rádio Tupi.

O programa “Se liga, bicho! Raiva é caso sério” conta ainda com 350 pontos fixos e outros cinco itinerantes. Nesses formatos, a primeira etapa começa na sexta-feira (02), em Santa Cruz e Guaratiba. Para os pontos fixos e volantes, a vacinação ocorre às sextas-feiras e sábados, conforme as datas da etapa no calendário, das 9 às 17 horas. Todos os endereços e outros detalhes estão na página da Vigilância Sanitária (https://bit.ly/345VYxg).

Em março, o estado do Rio de Janeiro registrou a primeira morte por raiva humana desde 2006, com o caso de um adolescente de 14 anos mordido por um morcego em Angra dos Reis. No município, não há ocorrência de raiva humana desde 1986 (há 34 anos) e de casos da doença em cães e gatos desde 1995 (há 25 anos).

Márcia Rolim, Subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses do Município do Rio de Janeiro, também respondeu a outras questões.

Quais as recomendações antes de levar o animal para ser vacinado? Que grupos não podem ser vacinados?

“Evitar levar o animal no sol andando até o posto. Isso pode causa hipertermia. Evitar levar fêmeas gestantes e animais com menos de três meses. A gente não recomenda a vacina para esses grupos. Também pedimos para que o tutor leve seu animal na coleira e na guia, e os gatos nas caixas de transportes”;

Existe algum projeto para idosos, deficientes físicos, para protetores ou quem tem muitos animais?

“Acima de 20 animais ou pessoas idosas o que a gente pede é que liguem para o 1746. Nós temos uma equipe de médicos veterinários que vai até à residência se vacinar”;

Quem vai ao posto pode pedir o frasco e aplicar em outro momento?

“É importante as pessoas entenderem que nós não damos o frasco para que seja vacinado depois. É uma campanha. Você leva seu animal até um posto e ele será vacinado. A gente precisa ter um controle para saber se chegamos a casa dos 500 mil cães e gatos imunizados”.

Outras Recomendações

• Além do uso obrigatório da máscara e do respeito ao distanciamento social e das demais Regras de Ouro para os tutores, é preciso seguir orientações referentes aos animais na hora da vacinação:

• Só serão vacinados os bichos que estiverem sob a tutela de maiores de 18 anos, que serão inteiramente responsáveis pela contenção dos animais.

• Até 36 horas após a aplicação da vacina, é possível que os animais tenham sintomas como dores no local, febre e que fiquem com o comportamento mais quieto.

Cronograma postos de atendimento drive thru

Barra da Tijuca | Copacabana | Campo Grande | Deodoro | Guadalupe | Ilha do Governador | Irajá | Madureira | Pavuna | Tijuca | Santa Cruz

1ª Etapa – 01, 02 e 03/10
2ª Etapa – 22, 23 e 24/10
3ª Etapa – 05, 06 e 07/11
4ª Etapa – 03, 04 e 05/12
5ª Etapa – 17, 18 e 19/12

Cronograma postos fixos e volantes

1ª Etapa – 02 e 03/10 – Santa Cruz e Guaratiba
2ª Etapa – 23 e 24/10 – Bangu e Campo Grande
3ª Etapa – 06 e 07/11 – Madureira, Guadalupe, Jacarepaguá e Barra da Tijuca
4ª Etapa – 04 e 05/12 – Ramos, Penha, Inhaúma, Engenho de Dentro e Irajá
5ª Etapa – 18 e 19/12 – Centro, Zona Sul, São Cristóvão, Tijuca, Vila Isabel e Ilha do Governador

Vacina antirrábica

A campanha antirrábica animal é feita com a vacina distribuída pelo Governo Federal aos estados, que fazem o repasse aos municípios. Em 2019, o insumo não foi entregue inviabilizando a campanha anterior. A Prefeitura do Rio informou que, mesmo sem o repasse de vacinas, o município do Rio imunizou mais de 33 mil animais no ano passado com a reserva técnica de doses da campanha de 2018. Em 2020, a Vigilância Sanitária começou o ano com cerca de mil vacinas mantidas em estoque, para a necessidade de um trabalho perifocal, que são atuações preventivas em que a Prefeitura promove a vacinação em regiões onde há casos de morcegos contaminados.