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Transportes

Com perdas de R$ 100 milhões, BRT Rio pede socorro para não parar já no mês de agosto

Consórcio registrou redução de 75% da demanda durante 90 dias do ápice do isolamento social

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Imagem de um ônibus articulado do BRT
Articulado do BRT (Divulgação: BRT)

(Divulgação)

A pandemia pela Covid-19 atingiu em cheio o setor de transportes e colocou o BRT Rio no CTI. Com queda drástica do número de passageiros desde o anúncio das medidas restritivas, em março, o BRT Rio registrou redução de 75% da demanda durante os 90 dias do ápice do isolamento social.

A flexibilização das restrições de isolamento da população em junho, com a retomada gradual da atividade econômica de setores como serviços e comércio, devolveu 25% dos passageiros ao sistema, mas isso não tem sido capaz de equilibrar as contas.

Com perdas de R$ 100 milhões nos últimos quatro meses, o risco de o BRT Rio interromper a operação a partir de agosto é cada dia maior.

“As projeções indicam que somente no segundo semestre de 2021 retomaremos o número de passageiros que o sistema tinha antes da pandemia. A situação do BRT Rio é calamitosa. Se o sistema não obtiver um socorro financeiro emergencial dos Governos o BRT não terá alternativa a não ser paralisar sua operação, o que poderá ocorrer já em agosto”, alerta o presidente-executivo do BRT Rio, Luiz Martins.

A situação crítica do BRT Rio comprova a realidade de outros modais do Rio de Janeiro. No MetrôRio e na Supervia as perdas estão em patamar similar ao do BRT, revelando que o colapso econômico-financeiro é comum a todos os modais de massa do Estado do Rio de Janeiro.

No período anterior à pandemia o BRT transportava cerca de 300 mil passageiros pagantes por dia, fora as gratuidades e evasões por calote.

Com a implantação das medidas restritivas esse número caiu para 75 mil/dia em março, e se manteve assim até meados de junho. Após a terceira fase de flexibilização com restrições da Prefeitura do Rio, o BRT Rio vem registrando 150 mil passageiros/dia, ou seja, apenas 50% da demanda média antes da pandemia.

Sem previsão de retomar a totalidade dos passageiros nos próximos meses as dívidas se acumulam, ao mesmo tempo em que despesas com salários de rodoviários, manutenção dos ônibus articulados, compra de óleo diesel, manutenção das estações e terminais não param.

O BRT Rio adotou todas as medidas alternativas na tentativa de preservar empregos, concedendo férias e reduzindo jornadas, entre outras ações. No entanto, na semana passada, a empresa se viu obrigada a demitir 670 funcionários para readequar sua folha de pessoal à realidade financeira da empresa. Se o diagnóstico já era preocupante, a Covid-19 jogou o paciente no CTI.

Antes da pandemia, o BRT já vinha lutando para manter os postos de trabalho frente a adversidades como a não concessão de reajuste da tarifa, política de gratuidades, evasão de passageiros, vandalismo e furtos nas estações.

“Há quatro meses o BRT vem fazendo malabarismos para manter a operação e não deixar de atender a população, mas a situação chegou no limite. Se o socorro financeiro imediato dos Governos não vier o BRT poderá parar já em agosto”, antecipa Luiz Martins.