Política
Em discurso de posse, novo ministro pede: ‘Cobre de nós mais operações da Polícia Federal, presidente’
Pastor evangélico, André Mendonça ainda chamou Jair Bolsonaro de "profeta do combate à criminalidade"(Por: Sarah Teófilo/Correio Braziliense) Empossado na tarde desta quarta-feira (29/4) em evento do Palácio do Planalto, o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, que é pastor, chamou o presidente Jair Bolsonaro de “profeta de combate à criminalidade” e pediu: “Cobre de nós mais operações da Polícia Federal, presidente”. O novo ministro falou também em dar mais autonomia e independências às forças de segurança do país.
A Polícia Federal tem tido foco nos últimos dias depois que o ex-ministro Sérgio Moro pediu demissão acusando o presidente de tentativas de interferência política dentro da instituição. Ele não queria trocar o ex-diretor-geral Maurício Valeixo pela indicação do presidente, o delegado Alexandre Ramagem. Moro não estava presente no evento, como é de costume quando há troca de ministros, e não houve qualquer menção a seu nome.
“O senhor tem sido há 30 anos um profeta no combate à criminalidade. Hoje esse ministro assume o compromisso de lutar pelos ideais de uma vida que o senhor tem combatido”, disse Mendonça. Ele falou sobre lutar contra a corrupção, contra o crime organizado, tráfico de drogas e armas, e abuso sexual contra crianças e adolescentes.
Mendonça agradeceu de maneira especial o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, que estava sendo cotado a assumir o cargo de ministro da Justiça, dizendo que ele “tem sido exemplo de integridade, sobriedade”. Neste momento, o presidente se levantou para aplaudir Oliveira, e foi seguido pelo restante dos presentes no local. “O senhor tem aberto mão de oportunidades para melhor servir ao Brasil. Se tem alguém que tem ministrado Justiça nessa Esplanada é o senhor”, afirmou.
O advogado frisou a intenção de haver um diálogo constante e integração entre ele e o presidente. “Vamos trabalhar com diálogo, seriedade, integridade, comunicação, interação, onde nenhum de nós é mais importante que o outro, mas o grande ator é o povo, que se acostumou com o estado de insegurança”, disse. E completou: “O povo o elegeu para isso e eu serei o fiel missionário desta mensagem”.
Retaguarda jurídica
Mendonça falou sobre todas as forças de segurança do País, chamando os integrantes de heróis e prometendo buscar “retaguarda jurídica e valorização”. “Essas pessoas tem que ser valorizadas. Temos que reconhecer o valor dos agentes de segurança e vamos trabalhar para esse fortalecimento, dando princípios de autonomia, independência, responsabilidade, integridade, transparência e controle”, afirmou.
O novo ministro também falou de ações integradas com estados e municípios, dizendo que a criminalidade não é mais um sistema hierarquizado, mas uma rede com inúmeras pessoas onde é mais complexo retirar os agentes que a coordenam. “Não se faz o combate à criminalidade em rede se não envolver estados, municípios e até outros países”, disse.
Presentes
Dentre ministros do governo e deputados federais da ala bolsonarista, estavam presentes o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o ministro do Supremo Gilmar Mendes. Mendonça sentou no palco entre os dois.