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Moraes Moreira morre, aos 72 anos, no Rio

Informação foi confirmada por Eduardo Moraes, irmão do músico, ao portal de notícias G1

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Informação foi confirmada por Eduardo Moraes, irmão do músico, ao portal de notícias G1 (Foto: Divulgação)

Informação foi confirmada por Eduardo Moraes, irmão do músico, ao portal de notícias G1
(Foto: Divulgação)

Morreu na manhã desta segunda-feira, aos 72 anos, o cantor e compositor baiano Moraes Moreira. A informação do falecimento foi confirmada pelo irmão de Moreira, Eduardo Moraes, ao portal de notícias G1.

Moraes Moreira estava em sua residência na Gávea, no Rio de Janeiro, e segundo Eduardo, faleceu durante a madrugada. No entanto, a causa oficial do óbito ainda não foi revelada.

“A gente não sabe direito o que ocorreu. Nem eu, nem as irmãs sabemos. A emprega foi limpar o apartamento e encontrou ele morto. Ele morava só ultimamente. Só sei disso por enquanto”, disse o irmão do cantor ao G1.

Nascido na cidade de Ituaçu, na Bahia, Antônio Carlos Moreira Pires iniciou a trajetória na música ainda criança, tocando safona em festas de São João. Na fase da adolescência, aprendeu a tocar violão enquanto fazia um curso de ciências em Caculé,  cidade localizada no sudoeste da Bahia.

Mais tarde, se mudou para capital Salvador, local em que conheceu o músico Tom Zé e teve o primeiro contato com o rock. Em 1969, formou ao lado de Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão o grupo musical Novos Baianos, do qual fez parte até 1975, quando resolveu investir na carreira solo.

Ao todo da sua trajetória na música, Moraes Moreira lançou mais de 60 discos, somando os trabalhos solos, em parceria ou pelos Novos Baianos. Entre os hits que foi responsável estão músicas como “Sintonia”, “Pombo Correio”, “Eu sou o Carnaval”, “A Menina Dança” e “Preta Pretinha”.

Recentemente, enquanto estava de quarentena, Moraes Moreira escreveu um poema sobre o isolamento social. Ele divulgou a criação em sua conta oficial no Instagram no dia 17 de março, sendo sua última publicação na rede social.

 

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Oi pessoal estou aqui na Gávea entre minha casa e escritório que ficam próximos,cumprindo minha quarentena,tocando e escrevendo sem parar. Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para apreciação de vocês .Boa sorte Quarentena (Moraes Moreira) Eu temo o coronavirus E zelo por minha vida Mas tenho medo de tiros Também de bala perdida, A nossa fé é vacina O professor que me ensina Será minha própria lida Assombra-me a pandemia Que agora domina o mundo Mas tenho uma garantia Não sou nenhum vagabundo, Porque todo cidadão Merece mas atenção O sentimento é profundo Eu não queria essa praga Que não é mais do Egito Não quero que ela traga O mal que sempre eu evito, Os males não são eternos Pois os recursos modernos Estão aí, acredito De quem será esse lucro Ou mesmo a teoria? Detesto falar de estrupo Eu gosto é de poesia, Mas creio na consciência E digo não a todo dia Eu tenho medo do excesso Que seja em qualquer sentido Mas também do retrocesso Que por aí escondido, As vezes é o que notamos Passar o que já passamos Jamais será esquecido Até aceito a polícia Mas quando muda de letra E se transforma em milícia Odeio essa mutreta, Pra combater o que alarma Só tenho mesmo uma arma Que é a minha caneta Com tanta coisa inda cismo…. Estão na ordem do dia Eu digo não ao machismo Também a misoginia, Tem outros que eu não aceito É o tal do preconceito E as sombras da hipocrisia As coisas já forem postas Mas prevalecem os relés Queremos sim ter respostas Sobre as nossas Marielles, Em meio a um mundo efêmero Não é só questão de gênero Nem de homens ou mulheres O que vale é o ser humano E sua dignidade Vivemos num mundo insano Queremos mais liberdade, Pra que tudo isso mude Certeza, ninguém se ilude Não tem tempo,nem.idade

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Confira abaixo o poema sobre a quarentena:

“Oi pessoal estou aqui na Gávea entre minha casa e escritório que ficam próximos,cumprindo minha quarentena,tocando e escrevendo sem parar. Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para apreciação de vocês .Boa sorte

Quarentena (Moraes Moreira)

Eu temo o coronavirus

E zelo por minha vida

Mas tenho medo de tiros

Também de bala perdida,

A nossa fé é vacina

O professor que me ensina

Será minha própria lida

Assombra-me a pandemia

Que agora domina o mundo

Mas tenho uma garantia

Não sou nenhum vagabundo,

Porque todo cidadão

Merece mas atenção

O sentimento é profundo

Eu não queria essa praga

Que não é mais do Egito

Não quero que ela traga

O mal que sempre eu evito,

Os males não são eternos

Pois os recursos modernos

Estão aí, acredito

De quem será esse lucro

Ou mesmo a teoria?

Detesto falar de estrupo

Eu gosto é de poesia,

Mas creio na consciência

E digo não a todo dia

Eu tenho medo do excesso

Que seja em qualquer sentido

Mas também do retrocesso

Que por aí escondido,

As vezes é o que notamos

Passar o que já passamos

Jamais será esquecido

Até aceito a polícia

Mas quando muda de letra

E se transforma em milícia

Odeio essa mutreta,

Pra combater o que alarma

Só tenho mesmo uma arma

Que é a minha caneta

Com tanta coisa inda cismo….

Estão na ordem do dia

Eu digo não ao machismo

Também a misoginia,

Tem outros que eu não aceito

É o tal do preconceito

E as sombras da hipocrisia

As coisas já forem postas

Mas prevalecem os relés

Queremos sim ter respostas

Sobre as nossas Marielles,

Em meio a um mundo efêmero

Não é só questão de gênero

Nem de homens ou mulheres

O que vale é o ser humano

E sua dignidade

Vivemos num mundo insano

Queremos mais liberdade,

Pra que tudo isso mude

Certeza, ninguém se ilude

Não tem tempo,nem.idade”.