Esportes
Líder olímpico da Argentina é demitido após defender ditadura
Gerardo Werthein, presidente do COA, disse que "não há espaço para aqueles que reivindicam como heróis os condenados pela Justiça por crimes contra a humanidade"O Comitê Olímpico da Argentina (COA) demitiu, nesta segunda-feira (06/04), Diego Gusmán, principal dirigente, que foi chefe de missão na Rio 2016, no Pan de Lima e que seria também nos Jogos Tóquio 2020. O motivo da demissão foi que ele apoiou a ditadura argentina em um grupo de Whatsapp, divulgando um vídeo de exaltação ao momento histórico. O presidente da entidade, Geraldo Werthein, postou no Twitter que a defesa ao período é indemissível.
“No Comitê Olímpico Argentino que eu presido não há espaço para aqueles que reivindicam como heróis os condenados pela Justiça por crimes contra a humanidade. A diversidade de opiniões não inclui tolerância a tais expressões inaceitáveis”.
O ato ocorreu no dia 24 de março, mas só se tornou público no final da semana passado. Na ocasião, celebrava-se dia o “Dia da Memória e da Justiça”, data em que a Argentina relembra as vítimas da ditadura militar que perdurou de 1976 a 1983. Então, o presidente da federação de xadrez anunciou num grupo de Whatsapp de dirigentes esportivos, que faria uma competição online “pela memória, verdade e justiça”.
Ao ver a mensagem, Gusmán, que é militar, reagiu defendendo a ditadura, na qual chamava os ditadores de “heróis”. Em seguida, postou um vídeo com o mesmo teor. Cinco conselheiros do COA resolveram fazer uma queixa formal, cobrando a imediata demissão do chefe de missão, a qual foi acatada nesta segunda-feira.
Confira o post
En el Comité Olímpico Argentino que me toca presidir no hay espacio para quienes reivindiquen como héroes a condenados por la Justicia por crímenes de lesa humanidad. . La diversidad de opiniones no incluye la tolerancia para este tipo de expresiones inaceptables.
— Gerardo Werthein (@gerardowerthein) April 6, 2020