Rodrigo Alvarez explica pedido de demissão da TV Globo: ‘Não estava mais me desenvolvendo’

Depois de 23 anos de serviços prestados, jornalista anunciou sua saída da emissora carioca na semana passada
(Foto: Reprodução/TV Globo)

Em entrevista ao site Notícias da TV, o jornalista Rodrigo Alvarez revelou os motivos que o levaram a pedir demissão da TV Globo, na semana passada, após 23 anos de serviços prestados. De acordo com Alvarez, não houve atritos com a emissora carioca, mas sim uma decepção pessoal com o jornalismo.

“Entusiasmo é uma coisa que tenho desde criança: sou movido a desafio, preciso estar sempre aprendendo, e não consigo me imaginar repetindo fórmulas ou mantendo conquistas. Acho que não estava mais me desenvolvendo. Razões minhas mesmo, minha forma de ser. E desde que a internet passou a ditar o ritmo do jornalismo, o trabalho do correspondente, que sempre foi com grandes reportagens, ganhou um viés muito imediatista”, relata o profissional, que atuou nos Estados Unidos, no Oriente Médio e na Europa.

Além do jornalismo, Alvarez também se dedicava, nos último dez anos, a escrever livros. Ao todo, foram nove obras lançadas e mais de 800 mil exemplares vendidos. “Esse nunca foi o meu perfil. Daí os livros. Eles são o oposto do breaking-news-a-cada-segundo que a internet impôs a todos os meios de comunicação. Diante disso tudo (minha forma de ver as coisas, a mudança que a internet impôs ao jornalismo, o desejo de experimentar), senti que era importante me permitir começar de novo, valorizando exatamente aquilo que me levou ao jornalismo: o amor pelas palavras”, declarou.

Fora da TV Globo, o agora ex-correspondente pretende dedicar-se ao seu décimo livro: “Cristo”. “Acabo de lançar minha primeira ficção, O Primeiro Imortal, pela Sextante, e em breve vou lançar Cristo, a segunda parte da série que começou com Jesus – O Homem Mais Amado da História”, contou.

Sobre os anos que passou na emissora da família Marinho, Rodrigo Alvarez afirmou: “Só tenho agradecimentos à Globo. Foram excepcionais comigo desde que entrei lá, menino, para aprender como se faz Jornalismo, até agora, quando o (diretor-geral) Ali Kamel fez uma despedida muito gentil”.