Política
Polícia Federal prende ex-governador de Tocantins em Brasília
Marcelo Miranda foi detido na manhã desta quinta-feira, enquanto estava no apartamento funcional ocupado pela sua esposa, a deputada federal Dulce MirandaNa manhã desta quinta-feira, policiais federais prenderam o ex-governador de Tocantins, Marcelo Miranda (MDB). Ele foi detido, em Brasília, no apartamento funcional ocupado pela esposa, a deputada federal Dulce Miranda (MDB), e transferido para Palmas em um avião da Polícia Federal.
Também foram detidos preventivamente o pai do ex-governador, José Edmar Brito Miranda, e o irmão de Marcelo Miranda, Brito Miranda Júnior. Segundo a PF, os três são suspeitos de integrar uma organização criminosa supostamente envolvida com corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
Além dos três mandados de prisão preventivo, 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas (TO) estão sendo cumpridos em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados. As ações acontecem, simultaneamente, em quatro cidades de Tocantins: Palmas, Tocantínia, Tupirama e Araguaína. Elas também são realizadas nos municípios paraenses de Santana do Araguaia, Sapucaia e São Félix do Xingu, além de Goiânia, capital de Goiás.
Batizada de Operação 12º Trabalho, a ação deflagrada nesta manhã é um desdobramento de outras investigações que, de acordo com a PF, indicaram que os integrantes da família Miranda usaram sua influência política para “aparelhar o estado, mediante a ocupação de cargos comissionados estratégicos para a atuação da organização criminosa”. Na última quarta-feira, o ex-secretário extraordinário de Integração Governamental do Tocantins, Elmar Batista Borges, e a esposa dele, Tatiane Félix Arcanjo, foram presos na Operação Carotenoides. De acordo com a PF, Borges é suspeito de negociar a compra e venda de carros para regularizar dinheiro de propina recebido por Marcelo Miranda.
A ação desta manhã visa à obtenção de novas provas e a interrupção da prática continuada dos crimes de lavagem de dinheiro, empregando “laranjas” para dissimular a origem ilícita de bens móveis e imóveis, adquiridos, segundo a PF, com o dinheiro recebido a título de propina em troca de favores a empresários que mantinham contratos com o poder público.
Resultado de um trabalho conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Receita Federal, a investigação aponta que a organização criminosa causou um prejuízo da ordem de mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos.
Ainda de acordo com a PF, mesmo depois que as investigações vieram a público, o grupo prosseguiu realizando operações simuladas envolvendo o comércio de gado de corte e empresas de fachada, construção e venda de imóveis, tudo para ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores provenientes, direta ou indiretamente, das infrações penais.
Com o avanço das investigações, foi possível identificar que os ilícitos praticados pela organização criminosa estão agrupados ao redor de sete grandes eixos econômicos, que envolvem administração de fazendas e de atividades agropecuárias, compra de aeronaves, gestão de empresas de engenharia e construção civil, entre outros.