'Estou longe de encerrar a minha jornada', escreveu Fernanda Young um dia antes de morrer - Super Rádio Tupi
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‘Estou longe de encerrar a minha jornada’, escreveu Fernanda Young um dia antes de morrer

Aos 49 anos, escritora teve uma parada cardiorrespiratória, após uma crise aguda de asma

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Foto: Reprodução/Instagram

Um dia antes de morrer, a escritora Fernanda Young escreveu um texto no Instagram em que dizia estar “longe de encerrar a jornada”.

A artista, que iria atuar em uma peça em setembro, morreu, aos 49 anos, na madrugada deste sábado para domingo, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratória, após uma crise aguda de asma.

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Conhecida pelo visual extravagante e as declarações polêmicas, Fernanda deixou o marido e quatro filhos.

Entre as obras mais conhecidas, está a série da Rede Globo “Os Normais”, estrelada por Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães, entre 2001 e 2003, que criou e roteirizou ao lado do marido, Alexandre Machado, recorrente parceiro profissional.

Confira o texto publicado na íntegra:

“As pessoas me acham maluca, mas estou observando tudo – de dentro e de fora. Pensam que não percebo as suas falcatruas, mas ser gentil não significa ser otaria! Trabalho feito uma vaca, pago essas merdas desses impostos, não vejo uso para eles, escuto que mamo em tetas do governo; divirto as pessoas, ofereço poesia, e lido com ignorâncias proferidas por um bando de escroto que mete Deus nos seus discursos hipócritas. Deito e levanto cansada porque nunca peguei um centavo de ninguém e tudo o que tenho é fruto de TRABALHO. Não herdei, não ganhei, nem sou sustentada! Tenho 4 filhos que estão aprendendo a serem éticos e livres. E o que ouço? É louca! O que vejo? A nossa cultura material e imaterial, a nossa língua, a nossa fauna, flora, sendo esganiçada, sacaneada, por ogros maléficos. Estamos virando uma gente porcaria, afinal “piorar é mais fácil”! E fica tão claro o oportunismo das ratazanas sorrateiras, que veem na “loucura do criador”, achando-nos dispersos, irresponsáveis, ricos, nesgas para sermos passados para trás! Comigo, não! Não! Sei reconhecer um lápis meu em meio a um milhão! Não estive “calada nos últimos 14 anos”, não aceito desaforo! Sou uma mulher de 50 anos que sonhou alto e realizou muito. E estou longe de encerrar a minha jornada nessa orbe! Aos que se interessam: bom proveito. Para os outros: estou pouco me lixando!”.