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Pia Sundhage sobre busca por títulos: ‘Juntos podemos fazer algo sensacional’
Treinadora ressaltou a importância do apoio da torcida brasileiraPia Sundhage convocou a Seleção Brasileira feminina pela primeira vez nesta terça-feira na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após a convocação, a técnica concedeu entrevista coletiva e aproveitou para ressaltar a importância do futebol feminino. Além disso, a treinadora comentou sobre a briga por títulos.
“Falando sobre quanto tempo vai levar, nós temos essa equipe jogando agora. Espero que em alguns meses nós vamos nos sair muito bem nos Jogos Olímpicos, mas é só metade da resposta. Tenho técnico para sub-20, sub-17, a gente pode fazer a mesma coisa. A CBF acabou de anunciar dois técnicos e que iria dar suporte ao futebol feminino. Nós podemos ser táticos, saudável, forte, mas temos jogadores técnicas. Por isso que adorei vir para cá. Juntos podemos fazer algo sensacional. Acho que certas coisas são importantes no campo. Todo mundo tem que saber que represento o Brasil, está todo mundo te olhando. Isso vem com o idioma, com a expressão corporal que é muito importante. Tem que dar o melhor o tempo todo, tanto dentro quanto fora de campo. Se eu começo por mim mesma isso se torna contagioso. Se meu copo está sempre cheio e acreditar que a gente vai conseguir a gente vai ter melhor chance de ganhar a partida”, disse Pia Sundhage.
A torcida brasileira é muito calorosa e desde o começo comemorou a chegada de Pia Sundhage ao futebol feminino. Ao ser perguntada sobre a recepção dos torcedores, a técnica da seleção afirmou que ama esse apoio e que é importante para a modalidade.
“É sensacional ter esse apoio desde o início e no aeroporto alguém veio para tirar selfie. Eu adoro selfie! Não estão tirando só de mim, mas do futebol feminino. Por isso digo sim para tudo. Quando me reconhecem eu fico feliz, pois reconhecem o futebol feminino. É um bom começo. Mas eu digo para a minha equipe e para todos que temos que trabalhar muito. Nada vem fácil. O jogo feminino está ficando cada vez melhor e se você olhar os EUA, eles ganharam duas Copas seguidas. Se quiser interromper isso temos que trabalhar muito todos os dias. Não é suficiente trabalhar bem um mês antes. É isso que a gente tenta incentivar. Não só a seleção, como aquelas que estão fora também. Criar uma excelente partida”, ressaltou a técnica.
Pia Sundhage destacou a qualidade que o ataque da Seleção Brasileira tem e afirmou que já viu alguns jogos.
“Eu vi alguns jogos sim e diria que os pontos fortes são que as jogadoras usam dentro, fora, esquerda, direita, elas são muito imprevisíveis e isso pode ser muito bom também. Talvez os pontos fracos sejam a transição do ataque para a defesa. De repente está esperando alguém que defenda. Nós sempre vamos trabalhar na defesa quando estivermos sem posse de bola. Falei sobre expressão corporal. Quando estiver sem a bola tem que fazer o possível para ajudar o time inteiro a retomar a bola. Bato o martelo nisso sempre. Temos muitas coisas boas no ataque”, afirmou Pia.
Um dos temas que mais chamou atenção na Copa do Mundo feminina foi a luta das jogadoras por igualdade salarial. Pia Sundhage comentou sobre o assunto e afirmou que o trabalho precisa ser feito.
“O pagamento igualitário é importante e uma das razões pelas quais estou sentada aqui é que as pessoas pensaram nisso. Eu sou muito boa em focar naquilo que posso mudar. Aceitei essa posição e a próxima etapa vai ser criar uma equipe vencedora. É o melhor que posso fazer quando a gente fala de “equal pay”. Existem outras pessoas que são melhores. Eu não sou política, sou treinadora de futebol. Apoio 100%, mas quando discuto algumas coisas prefiro falar sobre mudar nosso plano de ataque e etc. Se fizermos o nosso trabalho vai ser mais fácil falar sobre os ganhos femininos. É importante ser igualitário. Quando comecei a jogar tinha 6 anos. Não me deixavam jogar porque era para meninos. E agora estou aqui sentada no que acredito que possa ser um dos melhores times do mundo”, destacou Pia Sundhage.