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Globo rebate declaração de Bolsonaro sobre jornalista

Nota de repúdio foi lida pela apresentadora Renata Vasconcelos durante o Jornal Nacional

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Foto: Reprodução TV

As declarações do presidente Jair Bolsonaro não agradaram muito a Globo. Depois que o presidente disse que a jornalista Miriam Leitão integrou a luta armada contra a ditadura militar instalada no país em 1964 e dirigia-se à guerrilha do Araguaia quando foi presa, na década de 1970. Ele também disse que a profissional mentiu sobre ter sido torturada durante a ditadura militar. As declarações foram feitas na manhã desta sexta-feira, 19/07, durante um café da manhã com a mídia internacional, no Palácio do Planalto.

“Ela estava indo para a guerrilha do Araguaia quando foi presa em Vitória. E depois conta um drama todo, mentiroso, que teria sido torturada , sofreu abuso etc. Mentira. Mentira.”, declarou o presidente.

No fim do dia, durante o Jornal Nacional, a apresentadora Renata Vasconcellos leu uma nota de repúdio da emissora contra declarações de Bolsonaro.

Confira a nota:

“Essas afirmações do presidente causam profunda indignação e merecem absoluto repúdio. Em defesa da verdade histórica e da honra da jornalista, é preciso dizer com todas as letras que não é a jornalista quem mente.
Miriam nunca participou ou quis participar da luta armada. À época militante do PCdoB, ela atuou em atividades de propaganda. Ela foi presa e torturada, grávida, aos dezenove anos, quando estava detida 38ª batalhão de infantaria, em Vitória.
No auge da ditadura de 1964, em 1963, Miriam denunciou a tortura perante a primeira auditoria da aeronáutica no Rio, enfrentando todos os riscos que isso representava na época. Narrou seu sofrimento aos militares e ao auditor. E esse relato consta nos autos para quem quiser pesquisar. A jornalista foi julgada e absolvida de todas as acusações atribuídas a ela na ditadura. A absolvição se deu em todas as instâncias.
Esses insultos apenas mostram a maior das virtudes de Miriam Leitão como profissional: a independência em relação a governos, sejam de esquerda ou de direita ou de qualquer tipo. A Globo aplaude essa independência e se solidariza com Miriam”.