Esportes
Seleção do Tetra se diz mais reconhecida agora do que antes
Em evento com os campeões do tetracampeonato da Copa do Mundo, os jogadores se dizem felizes pelo reconhecimento que não tinhamEm evento para comemorar os 25 anos da conquista do tetracampeonato da Copa do Mundo, realizado na Granja Comary, jogadores e o técnico daquela seleção, Carlos Alberto Parreira, falaram da sensação de serem reconhecidos.
O evento contou com diversos jogadores que já vestiram a amarelinha. Um amistoso num campo reduzido (6 para cada lado, mais o goleiro) aconteceu entre os atletas que participaram da conquista do tetra. Participaram Gilmar, Márcio Santos, Bebeto, Viola, Taffarel, Dunga, Ricardo Rocha, Mazinho, Mauro Silva, Aldair, Paulo Sérgio, Zinho, Zetti, Jorginho. Romário, Ronaldo, Cafu, Leonardo, Müller, Raí e Branco não puderam participar.
O técnico tetracampeão, Carlos Alberto Parreira e outros atletas comentaram sobre essa alegria do reconhecimento. Para Parreira, as pessoas o tratam com mais carinho do que na época em que conquistou o título.
“Eu passei a perceber isso agora, incrível. A gente viaja muito e as pessoas chegam falando com muito carinho. Muito mais do que na época da conquista. Agora talvez as pessoas estejam dimensionando melhor o tamanho daquela conquista”
Parreira também disse que o segredo da seleção, foi a blindagem ao elenco.
“Eu diria que foi tão violenta quanto é hoje (a pressão). A ponto de dois jornais, líderes do país, num dia um escrever “está tudo errado”, e no dia seguinte o outro escrever: “está tudo certo, Parreira”. Para você ver a que ponto chegou. Então realmente era muito polarizado. O mérito nosso foi nos fechar e dizer: ‘nada disso vai nos afetar’. E era muito mais fácil naquela época porque não tinham as mídias sociais, não tinha internet, celulares, era bem mais fácil fazer essa blindagem. Hoje em dia o treinador tem que ser um grande gestor, porque não é brincadeira não.”
Jorginho, que atualmente treina a Ponte Preta, o reconhecimento veio na época da conquista.
“O reconhecimento na época veio. Esperávamos de uma forma maior, principalmente a maior parte da imprensa. Uma parte ficou reticente. Reconhecemos que foi uma final atípica, jogamos ao meio-dia nos Estados Unidos, num calor de 40° C. Fisicamente você fica debilitado e tecnicamente você cai. Tínhamos o Raí como 10, mas ele não fez uma grande Copa do Mundo, então a equipe mudou com o Mazinho, que era mais consistente. Mas eu acho que hoje as pessoas perceberam o quanto aquela seleção jogava com qualidade. Hoje se fala muito naquela coisa de jogo apoiado, o jogo vertical muito forte, e com o passar do tempo, vão se comparando as seleções, e há esse reconhecimento de que aquela era uma grande seleção”.
O ex-treinador da seleção, e capitão do tetra, Dunga, disse que a forma de estudar o adversário era um pouco diferente dos dias de hoje.
“Agora, no futebol moderno, se estuda muito, se olha muito. E eu estava conversando com o Parreira e o Zagallo e a gente já fazia isso, só que com os meios diferentes que tinham naquela época, que era fotografia, o espião nosso que via os jogos dos adversários e nos passava, e aí treinávamos em cima disso.”