Política
‘Já chorei pra caramba’, confessa Bolsonaro sobre presidência
Ele também garantiu que seu governo foi alvo de "sabotagens"O presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) concedeu uma entrevista à revista “Veja”, publicada nesta sexta-feira, em que comenta a pressão de ocupar o cargo mais alto do poder executivo do país. Para a publicação, o presidente alegou que seu governo foi alvo de “sabotagens” e confessou ter sofrido muito com as dificuldades enfrentadas por seu governo.
“Já passei noites sem dormir, já chorei pra caramba também. Angústia, né? Tá faltando o mínimo de patriotismo para algumas pessoas que decidem o futuro do Brasil. Imaginava que ia ser difícil, mas não tão difícil assim. Essa cadeira aqui é como se fosse criptonita para o Super-Homem. Mas é uma missão”, revela Bolsonaro,
O presidente ainda continua seu desabafo a publicação relatando: “É uma luta de poder. Há sabotagens às vezes de onde você nem imagina. No Ministério da Defesa, por exemplo, colocamos militares nos postos de comando. Antes, o ministério estava aparelhado por civis. Havia lá uma mulher em cargo de comando que era esposa do 02 do MST. Tinha ex-deputada do PT, gente de esquerda… Pode isso? Mas o aparelhamento mais forte mesmo é no Ministério da Educação”.
Quando questionado sobre o ensino acerca de figuras ligadas à esquerda, como Chê Guevara, em escolas e universidades do país, Bolsonaro afirma não ser contra. No entanto, o presidente frisa que é preciso também falar de figuras como o coronel Brilhante Ustra.
Durante a entrevista, Bolsonaro conversou ainda sobre as polêmicas envolvendo seus filhos Carlos e Flávio Bolsonaro. Carlos, que é vereador na cidade do Rio, é quem comanda as redes sociais do pai, e já se envolveu em discussões pela internet até mesmo com aliados do governo: “O Carlos tem muita impetuosidade, quer resolver as coisas muito rapidamente. De vez em quando há um atrito entre mim e ele em função da velocidade com que ele quer resolver as coisas”.
Já sobre o senador pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro, investigado pelo Ministério Público, o presidente disse: “Estou chateado porque houve depósitos na conta dele (Flávio), ninguém sabia disso, e ele tem que explicar isso daí. Eu conheço o Queiroz desde 1984. Foi meu soldado, recruta, paraquedista. Ele era um policial bastante ativo. E você sabe que lá no Rio você precisa de segurança. Eu mesmo já usei o Queiroz várias vezes. Então existe essa amizade comigo, sim. Pode ter coisa errada? Pode. Mas tem o superdimensionamento porque sou eu, porque é meu filho”.