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Roraima pede ajuda do governo para conter impactos da migração de venezuelanos

Para governador Antônio Denarium (PSL), "é importante lembrar que a Venezuela faz fronteira com o Brasil e não só com Roraima"

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Para governador Antônio Denarium (PSL), “é importante lembrar que a Venezuela faz fronteira com o Brasil e não só com Roraima”
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL), pediu nesta quinta-feira, o apoio do Congresso Nacional para conseguir recursos, junto ao governo federal, para conter os impactos da crise migratória de venezuelanos ao estado.

Para a subcomissão temporária sobre a Venezuela do Senado, Denarium fez um parecer da situação local. Segundo o governador, os cerca de 200 mil venezuelanos que chegaram ao país trouxeram um impacto grande para serviços essenciais. Na saúde, por exemplo, ele destacou que 50% dos leitos estão ocupados por venezuelanos e que hoje, 40 dos 46 bebês internados na UTI neonatal na capital Boa Vista, são filhos de imigrantes venezuelanas.

De acordo com Denarium, na educação, 5 mil vagas na rede estadual são de venezuelanos. A área de segurança também foi afetada. Segundo dados apresentados, dos 2,7 mil detentos em Roraima, 300 são venezuelanos. O governador também se queixou que o aumento nas despesas, não motivou uma revisão da verba do Fundo de Participação dos Estados (FPE), repassada a Roraima.

O governador lembrou ainda que em 2017, sua antecessora, a ex-governadora Sueli Campos (PP), entrou com ação pedindo ao governo federal o ressarcimento de R$ 287 milhões ao estado. O montante foi gasto com a crise migratória, mas segundo governador, até hoje, a ação não foi julgada e a Advocacia Geral da União (AGU), “não concorda em fazer nenhum tipo de acerto”.

O governador acrescentou: “Além de ser ressarcidos as despesas, (queremos) que sejam feitos novos aportes para o estado de Roriama. É importante lembrar que a Venezuela faz fronteira com o Brasil e não só com Roraima. Nós, na fronteira, somos Brasil”. Ainda na audiência pública, Antônio Denarium disse que dos 15 municípios do estado, Boa Vista, a capital, é a mais impactada pela presença de venezuelanos.

Ele lembrou da medida provisória que prevê R$ 223 milhões para Operação Acolhida, coordenada pelo Exército, e elogiou muito o trabalho dos miliares. Segundo Denarium, antes da operação, que completou um ano em março, a cidade era um caos, com gente na rua, sem a minima condição humana de saúde e alimentação. Apesar disso, o governador destacou que o estado, que tem hoje 60 mil moradores venezuelanos, precisa de investimentos da ordem de R$ 30 milhões por mês para manter os serviços básicos que continuam sob sua responsabilidade.