Economia
Isenção de IR! Governo recalcula impacto para R$ 25 bilhões
Fazenda revisa estimativa e prevê renúncia fiscal de R$ 25 bilhões com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O Ministério da Fazenda do Brasil revisou recentemente suas estimativas sobre a renúncia fiscal decorrente da isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas com renda mensal de até R$ 5.000. Inicialmente, o impacto na arrecadação havia sido projetado em R$ 35 bilhões, mas a nova estimativa reduz esse valor para R$ 25 bilhões. Essa revisão foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada por técnicos da equipe econômica do governo.
Essa mudança na projeção será formalizada na justificativa técnica que o governo enviará ao Congresso Nacional, juntamente com o projeto de lei que propõe a isenção do IR. A proposta busca aliviar a carga tributária sobre a classe média, mas também levanta questões sobre como o governo compensará a perda de receita.
Como o Governo planeja compensar a renúncia fiscal?
Para equilibrar a renúncia fiscal, o governo pretende implementar um imposto mínimo de 10% sobre a renda de indivíduos que recebem mais de R$ 50 mil por mês, o que equivale a R$ 600 mil por ano. Este imposto incluirá rendimentos provenientes de lucros e dividendos, que atualmente são isentos de tributação. A medida visa assegurar que aqueles com maior capacidade contributiva contribuam de forma mais equitativa para o sistema tributário.
Além disso, a proposta prevê a tributação de lucros e dividendos na fonte, similar ao que ocorre com os salários dos trabalhadores formais. Isso significa que as empresas serão responsáveis por reter e recolher o imposto sobre os dividendos distribuídos aos acionistas.
Tributação de lucros e dividendos: Como funcionará?
A ideia central é que os lucros e dividendos distribuídos pelas empresas sejam tributados diretamente na fonte. Assim, no momento da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), o acionista poderá registrar o valor já pago pela empresa. Caso o imposto retido na fonte seja superior ao imposto mínimo de 10%, o contribuinte terá direito à restituição do valor excedente. Se o valor retido for inferior, o acionista deverá pagar a diferença.
Além disso, a proposta do Ministério da Fazenda inclui a tributação de dividendos pagos a brasileiros que são acionistas de empresas no exterior e têm domicílio fiscal no Brasil. Essa medida visa evitar a evasão fiscal e garantir que todos os rendimentos, independentemente de sua origem, sejam devidamente tributados.
Quais são as implicações para a economia brasileira?
A implementação dessas medidas pode ter várias implicações para a economia brasileira. Por um lado, a isenção do IR para rendas mais baixas pode aumentar o poder de compra da classe média, estimulando o consumo e, potencialmente, impulsionando o crescimento econômico. Por outro lado, a tributação de lucros e dividendos pode impactar a atratividade do Brasil como destino de investimentos, especialmente para investidores estrangeiros.
O governo aposta que, ao equilibrar a carga tributária e garantir uma distribuição mais justa dos impostos, será possível fomentar um ambiente econômico mais estável e sustentável. No entanto, a eficácia dessas medidas dependerá de sua implementação e da reação dos diversos setores econômicos.
