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Check-up anual ajuda no diagnóstico precoce de doenças
Segundo Ministério da Saúde, avaliação médica e exames de rotina podem diagnosticar precocemente doenças já instaladas, mas ainda não manifestadas. Abordagens e direcionamentos variam de acordo com idade do paciente
O Ministério da Saúde define o termo check-up como uma avaliação médica de rotina. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), do MS, o objetivo do check-up é prevenir doenças por meio de informação, de ações preventivas e diagnóstico de doenças ainda não manifestadas.
As orientações especificam que o direcionamento do check-up e suas abordagens variam de acordo com a idade do paciente. A pasta esclarece que os históricos familiares e pessoais são levados em conta e as informações colhidas podem ser determinantes para a vida do paciente.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados pelo jornal Estado de Minas, mostram que 70,6% dos brasileiros não realiza check-up regularmente.
A importância dos exames preventivos
A Dra. Valessa Tanganelli, cardiologista do Instituto Medicina em Foco, reforça que exames periódicos são essenciais para detectar e prevenir doenças. “As principais sociedades médicas recomendam exames preventivos adequados para cada idade, sexo e fatores de risco”, explica.
De acordo com a médica, a partir dos 20 anos, já são indicados exames como hemograma completo, glicemia de jejum, colesterol total e frações (LDL, HDL e triglicerídeos), função renal (ureia e creatinina), urina e fezes, além do exame preventivo Papanicolau para mulheres. “Esses exames podem detectar anemias, infecções, distúrbios intestinais, além de avaliar o risco de diabetes e monitorar a saúde dos rins”.
Já aos 30 anos, exames de função hepática (TGO, TGP, GGT, bilirrubinas e albumina), função tireoidiana (TSH e T4 livre), densitometria óssea e eletrocardiograma (ECG) são recomendados. “A densitometria óssea auxilia na detecção precoce da osteoporose, enquanto o ECG avalia o coração, especialmente para quem tem histórico de doenças cardiovasculares”, pontua Tanganelli.
Check-up após os 40 anos exige atenção redobrada
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) orienta que mulheres a partir dos 40 anos realizem anualmente a mamografia, enquanto a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) orienta aos homens da mesma faixa etária a análise do nível de PSA e toque retal, para rastreamento do câncer de próstata.
Um levantamento da SBU revelou que quase metade dos homens acima de 40 anos não vão a consultas médicas de rotina, apenas quando sentem algo diferente. O estudo também apontou que 85% dos entrevistados disseram não conhecer os sintomas do câncer de próstata.
A especialista também aconselha a pacientes desta faixa etária a ultrassonografia de tireoide, para aqueles com nódulos palpáveis ou histórico familiar de câncer de tireoide, e o teste ergométrico, conhecido como teste de esforço, para avaliar a função cardiovascular.
Segundo a médica, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) e a American Cancer Society orientam que pessoas com 45 anos ou mais devem realizar a colonoscopia. Esse exame serve para a prevenção do câncer colorretal.
“Além disso, aos 45 anos também é recomendado o doppler de carótidas, um exame essencial para avaliar o risco de AVC em pessoas com hipertensão, diabetes ou colesterol alto. Já a partir dos 50 anos, é aconselhável a realização do ecocardiograma, especialmente para pacientes com hipertensão ou sintomas de insuficiência cardíaca”, lembra a especialista.
Exames recomendados para grupos de risco
Tanganelli adverte que pessoas com histórico familiar de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes ou outras condições devem realizar exames específicos com maior frequência. “Em caso de doenças cardiovasculares, o Holter 24h é indicado para pessoas com arritmia cardíaca, ao passo que o MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial) diagnostica hipertensão arterial”.
Para o rastreamento de câncer em grupos de risco é importante a ressonância magnética de mamas – para mulheres com histórico familiar de câncer de mama -, a tomografia de baixa dose para fumantes e a ultrassonografia abdominal.
“Em casos de pacientes com diabetes e síndrome metabólica, a hemoglobina glicada é o exame que fornece uma média dos níveis de glicose nos últimos três meses, enquanto a insulina e HOMA-IR avaliam a resistência à insulina”, afirma a médica.
Para investigação da saúde renal, é indicada a análise da microalbuminúria e da taxa de filtração glomerular, no caso de pacientes diabéticos e hipertensos.
De acordo com a Dra. Valessa Tanganelli, os avanços tecnológicos vêm tornando os exames mais acessíveis, menos invasivos e permitem intervenções preventivas ainda mais personalizadas. “Além disso, exames genéticos já possibilitam a identificação de predisposição para diversas doenças, como câncer de mama e doenças cardiovasculares”, reforça a cardiologista.