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Marcelo Rubens Paiva é agredido em bloco que homenageava ‘Ainda Estou Aqui’
Escritor foi agredido depois de ser apresentado como o porta-bandeira e homenageado do bloco, que desfilou na Avenida Augusta, em São Paulo
O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme brasileiro indicado ao Oscar “Ainda Estou Aqui”, foi agredido no bloco de carnaval que homenageava a obra, na Avenida Augusta, em São Paulo, na tarde deste domingo (23/3).
A agressão aconteceu durante o cortejo do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, cujo desfile saiu do Bairro Consolação às 14h e contava com Marcelo como porta-estandarte. À GloboNews, o autor contou que foi agredido com uma mochila e não entendeu ao certo o que aconteceu.
“Não entendi o porquê de jogar uma mochila na cara de um cadeirante, porta-bandeira que quer se divertir, que faz isso há 16 anos. Não entendi esse grau de violência. Brasil está difícil e ele não deve ter visto o filme”, afirmou Marcelo.
Assista ao vídeo:
O momento da agressão contra o Marcelo Rubens Paiva foi flagrado por uma amiga do Maurício Arruda! Que coisa mais absurda! pic.twitter.com/ldkxzWQFpv
— Cesar Calejon (@cesarcalejon1) February 23, 2025
Segundo testemunhas, a agressão se deu depois que ele foi apresentado como o homenageado do cortejo. Após a episódio, o escritor e membros do bloco saíram do cordão de isolamento para discutir com o homem e o grupo foi separado. Este foi o 16º desfile do autor, e, segundo ele, ele nunca havia sido atacado antes.
A confusão, porém, não encerrou o cortejo, que contou com a canção “É Preciso Dar Um Jeito, Meu Amigo”, de Erasmo Carlos, que compõe a trilha sonora do longa-metragem.
Marcelo é filho do ex-deputado federal Rubens Paiva, assassinado durante a Ditadura Militar. Ele escreveu o livro “Ainda Estou Aqui”, lançado em 2015 e adaptado ao cinema pelo diretor Walter Salles. O filme concorre a três categorias no Oscar, que acontece no próximo domingo (2/3), e conta a história de Eunice Paiva, mãe de Marcelo, que assumiu o cuidado dos filhos e a busca pela justiça depois que o marido desapareceu, levado por policiais para prestar um depoimento em 1972.
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Paulo Schwartz
23 de fevereiro de 2025 em 19:46
Pelo que soube, foi depois que ele gritou “Sem Anistia”