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Crime que chocou Brasília há 15 anos ganha série no Globoplay

Produção chega à plataforma no dia 22 de fevereiro e revela fatos inéditos sobre uma história que desafia a Justiça até hoje

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Maria Carvalho Villela e José Guilherme Villela (Divulgação/Globoplay)

No dia 28 de agosto de 2009, Brasília foi palco de um dos crimes mais brutais e enigmáticos de sua história. Num luxuoso apartamento na quadra 113 da Asa Sul, três pessoas foram assassinadas com mais de 70 facadas. As vítimas foram o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela; sua esposa Maria Carvalho Villela; e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.

Villela, que havia atuado na defesa do ex-presidente Fernando Collor durante o processo de impeachment, era uma figura central nos bastidores jurídicos de Brasília. A série documental Original Crime da 113 Sul, que estreia no Globoplay neste sábado (22), revela vídeos exclusivos e depoimentos inéditos que expõem fragilidades ao longo da investigação, que envolveu três delegacias e não respondeu a todas as dúvidas sobre a participação dos condenados pela Justiça.

Em quatro episódios, os jornalistas da TV Globo de Brasília fazem uma releitura das mais de 16 mil páginas do processo e entrevistam testemunhas, advogados, delegados e promotores responsáveis pelo caso, além de alguns dos condenados, entre eles, a filha do casal, Adriana Villela, acusada de ser a mandante do crime.

Avessa a conversas com a imprensa, Adriana apresenta pela primeira vez, com detalhes, sua versão sobre as conclusões da investigação. Durante a apuração, a equipe encontrou novos elementos e uma testemunha que foram ignorados pela polícia, o que pode ter prejudicado a elucidação do caso.

José Guilherme e Maria Carvalho Villela. Foto: Reprodução

“O que se destaca é a maneira como a gente decidiu contar essa história. Não é um documentário sobre o crime nem sobre a investigação da polícia. Nós fizemos a nossa própria investigação sobre o caso e mostramos ponto a ponto as nossas descobertas ao longo dos quatro episódios”, explica Luiz Avila, diretor de Jornalismo da TV Globo em Brasília e diretor do documentário.

A pressa em concluir as investigações para dar uma resposta à opinião pública é apontada pela defesa dos acusados como um dos fatores determinantes para as decisões do Júri. Entre as dúvidas citadas pela defesa estão questionamentos sobre as provas que a polícia afirma serem técnicas, mas que não conseguem demostrar com certeza a presença de Adriana na cena do crime.

Em 2010, dois suspeitos confessaram os assassinatos: Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio; e seu sobrinho, Paulo Cardoso Santana. Ambos, inicialmente, afirmaram que invadiram o apartamento do casal para roubar joias e dólares.

Depois mudaram o depoimento e passaram a afirmar que o assassinato foi encomendado pela filha das vítimas, Adriana Villela, que teria planejado o crime para ficar com o patrimônio da família. As várias versões acabaram levantando dúvidas sobre a credibilidade das confissões.

Investigações marcadas por polêmicas

O caminho para tentar eliminar essas dúvidas foi um mergulho feito pelos jornalistas sobre todo o processo. Além disso, eles fizeram novas entrevistas com personagens que ao longo de extenuantes depoimentos à polícia ajudaram a construir as teses vitoriosas do Ministério Público nos tribunais de júri.

As investigações também foram marcadas por polêmicas, incluindo acusações de tortura por parte de investigadores, o uso de uma vidente para apontar suspeitos e a prisão de uma delegada por forjar provas.

“Inicialmente pensamos no documentário para revisitar um caso emblemático 15 anos depois. Conforme fomos avançando na história, observamos que de fato existem muitas dúvidas, muitos buracos, que muita coisa não é exatamente aquilo que a polícia e o noticiário da época faziam parecer. O documentário foi passando por uma transformação ao longo da apuração. E tivemos a preocupação de fazer um trabalho sem querer pressionar um lado ou outro. Então, o documentário promove um diálogo o tempo todo entre a acusação e a defesa. A acusação fala, a defesa rebate e vice-versa”, conta o roteirista Reynaldo Turollo Jr.

“Temos um caso que aconteceu no coração de Brasília e envolveu um ex-ministro do TSE. As confusões da polícia para tentar solucionar o crime acabaram prejudicando o andamento da investigação, principalmente quando a primeira delegada do caso acreditou em uma vidente que disse ter se comunicado com os mortos. Ela apontou os supostos autores do triplo homicídio. A delegada Martha Vargas chegou a prender pessoas que não tinham relação nenhuma com o crime”, complementa o repórter Gabriel Tibaldo.

O caso ainda pode sofrer reviravoltas. Paulo, um dos condenados, afirmou à ONG Innocence Project que Francisco Mairlon, outro réu, é inocente e que sua incriminação foi forjada. A defesa de Mairlon busca sua absolvição e consequente libertação. Paulo também voltou atrás em suas acusações contra Adriana, que aguarda em liberdade o julgamento de seu recurso no Superior Tribunal de Justiça, marcado para começar em 11 de março deste ano.

A série documental Original Crime da 113 Sul tem direção de Luiz Avila; roteiro de Joelson Maia e Reynaldo Turollo Jr, que também conduz as reportagens com Gabriel Tibaldo; fotografia de Marcos Silva; e produção executiva de Fátima Baptista e Clarissa Cavalcanti.

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