Rio
Vídeo: jovem é detido após incendiar homem em situação de rua e transmitir ao vivo
A avó e a irmã do jovem procuraram a 41° DP (Tanque) após identifica-lo no vídeo; no celular dele, foram encontrados arquivos de abuso sexual infantil
Um adolescente de 17 anos foi apreendido nesta quinta-feira (20) por atacar um homem em situação de rua com coquetéis molotov no Pechincha, na Zona Oeste do Rio. O crime ocorreu a cerca de 500 metros da casa do menor e foi transmitido ao vivo na rede social Discord.
Segundo apurado, o jovem era integrante de um grupo voltado à prática e incitação a crimes de ódio em plataformas digitais. A quadrilha já vinha sendo monitorada.
Após grande repercussão do vídeo nas redes sociais, a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) tomou conhecimento do caso e acionou o Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça, que oficiou o Discord. A plataforma retornou a entidade com informações como a identificação de uma conta de e-mail do usuário.
A avó e a irmã do jovem procuraram a 41° DP (Tanque) após identifica-lo nas imagens, obtidas pela TV Globo. Através das informações dos familiares, o autor foi localizado na residência da avó, em Jacarepaguá, na Zona Oeste. No celular dele, foram encontrados arquivos de abuso sexual infantil.
Atenção: imagens fortes!
Motivação do crime e espectadores da transmissão
De acordo com reportagem da TV Globo, as investigações apontam que o ataque teria sido motivado por um desafio online, no qual o jovem recebeu cerca de R$ 2 mil de um indivíduo ainda não identificado. A polícia agora busca identificar os espectadores da transmissão e o cúmplice responsável pela gravação das imagens.
No ao vivo, 141 pessoas acompanhavam a tentativa de homicídio contra o morador de rua. Na plataforma, o nome de usuário do jovem é ‘Eu odeio favela’, e sua conta está vinculada à comunidades de cunho neonazista.
Na casa do suspeito, agentes encontraram toucas, máscaras, luvas e uma faca que teriam sido usadas no ataque. O adolescente responderá por ato infracional análogo à tentativa de homicídio triplamente qualificado, associação criminosa, além de armazenamento de material de abuso sexual infantil e prática de apologia ao nazismo.
O aplicativo usado pelo adolescente, é frequentemente palco de disseminação de conteúdos perturbadores e propagação de ódio.
A vítima, Ludierley Satyro José, de 46 anos, sofreu queimaduras graves e está internada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, com estado de saúde estável.
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