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Testemunhas do incêndio em fábrica de Ramos: ‘Pessoas apavoradas e chorando’

Pelo menos treze pessoas ficaram feridas. Dez delas foram encaminhadas ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, onde nove estão em estado grave

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Foto: Cyro Neves/Super Rádio Tupi

Testemunhas do incêndio de grandes proporções atinge, na manhã desta quarta-feira (12), o prédio da fábrica de adereços de Carnaval “Maximus”, em Ramos, contaram a Super Rádio Tupi os momentos de terror durante o incêndio.

Diversas pessoas estavam no local na hora do incêndio, algumas delas dormindo. Devido ao intenso ritmo de produção para as escolas de samba, a fábrica operava 24 horas por dia em esquema de escala.

Pelo menos 21 pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas a hospitais distintos. No total, já são 12 pessoas em estado grave.

Hospital Getúlio Vargas (Penha):

  • 9 feridos em estado grave

Hospital Souza Aguiar (Centro):

  • 2 feridos em estado grave e 2 estáveis

Evandro Freire (Ilha do Governador):

  • 2 pacientes estáveis

Hospital Geral de Bonsucesso:

  • 3 pacientes estáveis

Hospital Federal de Andaraí:

  • 1 em estado grave

Hospital Municipal Salgado Filho (Méier):

  • 2 pacientes em avaliação

De acordo com o Corpo de Bombeiros, 21 pessoas foram resgatadas. Entre elas, estão quatro funcionários que foram flagrados presos pendurados em janelas para tentar escapar da fumaça. Eles deixaram o prédio minutos antes de as chamas se alastrarem para o andar onde estavam.

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Relato das testemunhas: ” Imagem desesperadora”

A arquiteta Denise Monteiro estava indo fazer compras, quando viu o incêndio e correu para ligar para os bombeiros. “A gente estava vendo aquele incêndio com proporções grandes, e que podia pegar nos outros prédios.”

“As pessoas estavam desesperadas. Tinha uma moça aqui falando que o irmão dela estava lá. Ao mesmo tempo estava aquele desespero das pessoas presas na janela. Eu não sei se saiu todo mundo. Disseram que tinha pessoas de idade também lá, e eu não sei se saíram ainda”, contou.

A arquiteta também falou sobre o estado físico e mental das pessoas que conseguiram escapar das chamas. “Toda a imagem chocante. As pessoas saindo apavoradas, algumas machucadas, outros passando mal e chorando baixinho. É uma imagem muito desesperadora, desesperadora mesmo. As pessoas vindo todas cheias de fuligem, desesperadas e tossindo”, finalizou.

Vizinho descreve momentos de desespero

Imóveis vizinhos à fábrica estão sendo evacuados pelos agentes. O pedreiro Charles Ferreira, que mora em uma casa ao lado, foi o primeiro a chegar e avisar os bombeiros. Segundo ele, o momento foi de desespero.

“A gente gritou primeiro, gritou ‘socorro, socorro’, pensei que fosse briga. Quando vi que a fábrica dava para os fundos da minha casa, corri de moto para o Corpo de Bombeiros e acionei eles. Começamos o resgate, botamos todo mundo para fora. Só que veio só um carro grande do Corpo de Bombeiros, tipo pipa, e um carro do Samu. Não tinha como colocar todos dentro do carro. Solicitaram a Polícia Militar e colocaram as vítimas dentro do carro para levar ao hospital”, relatou.

Charles também ajudou a improvisar formas de resgate para tirar as vítimas do local. “Foi um desespero, porque você via as pessoas acenando nas janelas, e as janelas são antigas. Muita fumaça, muita fumaça. Eles estavam loucos, gritando. Não tinha como sair, não tinha como entrar. Os fundos da minha casa têm um telhado, então eu tenho uma escada grande. Botamos a escada para o bombeiro subir e começar os primeiros socorros. Pela frente tiramos umas dez pessoas ou mais, e aqui por trás tiramos mais algumas”, detalhou o pedreiro.

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