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Reality, o melhor filme que você vai assistir em fevereiro na Netflix

Filme com Sydney Sweeney já está disponível

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Reality, o melhor filme que você vai assistir em fevereiro na Netflix

O thriller Reality, dirigido por Tina Satter, transforma um simples interrogatório do FBI em um espetáculo de tensão psicológica. Baseado inteiramente na transcrição real de um depoimento ocorrido em 2017, o filme acompanha Reality Winner (Sydney Sweeney), uma analista de inteligência militar acusada de vazar documentos sigilosos sobre interferência russa nas eleições americanas. O longa utiliza diálogos autênticos para construir uma narrativa claustrofóbica, onde cada palavra dita pelos agentes pode selar o destino da protagonista. “Eu não esperava que isso acontecesse”, diz Reality em um momento-chave, revelando seu choque diante da reviravolta que transformou sua vida.

A grande força do filme está na forma como transforma a cordialidade forçada dos agentes do FBI em um mecanismo de dominação. Josh Hamilton e Marchánt Davis interpretam os oficiais que cercam Winner com um tom amigável, perguntando sobre seus pets e suas compras, enquanto sutilmente a encurralam. A atuação de Sweeney é essencial para a construção do suspense: com expressões contidas e hesitações calculadas, ela transmite o pânico crescente de alguém que compreende o jogo, mas não consegue escapar. “Você pode repetir a pergunta?”, ela diz em um momento tenso, tentando ganhar tempo diante da pressão psicológica imposta pelos interrogadores.

A estética minimalista do filme amplifica a sensação de sufocamento. A fotografia realista de Paul Yee transforma a casa comum da protagonista em um palco de inquietação. A trilha sonora de Nathan Micay, sutil e eletrônica, pontua os momentos de maior ansiedade, destacando o peso de cada resposta dada por Winner. A escolha de Satter de não reescrever os diálogos adiciona uma autenticidade brutal à obra, tornando-a um documento vivo sobre a fragilidade de quem desafia o poder.

Reality não é apenas um drama biográfico; é uma crítica contundente ao tratamento dado a denunciantes no cenário político. Enquanto Reality Winner foi condenada a mais de cinco anos de prisão, outros envolvidos em casos semelhantes receberam punições bem mais brandas. O filme ressoa no contexto atual, onde o debate sobre transparência e punição seletiva continua em evidência. Ao transformar um episódio real em um thriller sufocante, Tina Satter cria um filme impactante que desafia o público a refletir sobre a natureza da verdade e do poder.

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