Rio
‘Minha filha vivia em um cativeiro’: pai desabafa após morte de personal
Parentes e amigos da personal estão revoltados e chocados com a morte brutal dela; Antônio descreveu a filha como uma pessoa doce e dedicadaAntônio da Silva, pai de Ilines Valença da Silva, personal trainer de 31 anos, morta pelo marido neste domingo (26), fez um desabafo emocionante na manhã desta terça-feira (28) no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, na Baixada Fluminense, onde será sepultado o corpo da vítima.
Ele afirmou não ter percebido sinais de violência no relacionamento, mas notou que a filha estava mais isolada. “Ela ia muito na casa das irmãs e parou de ir. O cara ficava criando ela assim, tipo cativeiro dentro de casa”, revelou.
A vítima foi asfixiada e estrangulada por Valdernir da Silva, também personal, e seu corpo foi encontrado no banheiro de sua casa em Belford Roxo, com um fio no pescoço.
Parentes e amigos da personal estão revoltados e chocados com a morte brutal dela. Antônio descreveu a filha como uma pessoa doce e dedicada. “Ela era toda doce, uma garota que todo mundo gostava. Se ela tinha um problema, procurava aliviar os problemas dos outros”, disse.
Antônio também contou que Valdernir proibiu a mãe de Ilines de entrar no prédio onde o casal morava. “Minha ex-mulher chegou lá e ele não deixou ela entrar”, relatou.
Além disso, o pai da vítima afirmou que Ilines queria ter um filho, mas Valdernir não podia devido ao uso excessivo de anabolizantes. “Ele parou de tomar os remédios por seis dias e voltou a usar”, disse.
O casal se conheceu na academia Smart Fit, em Belford Roxo, onde trabalhava. Eles se casaram em julho, mas, desde outubro, Ilines já demonstrava sinais de infelicidade e sofria ameaças e agressões. Ela estava pronta para deixar o marido, mas ele não aceitava a separação.
Emocionado, Antônio desabafou sobre a perda da filha. “Só o tempo vai curar essa dor. Se a justiça soltar ele e ele passar perto de mim, não vou me responsabilizar pelo que posso fazer”, afirmou.
Momentos antes do sepultamento de Ilines, Valéria Carnaval, mãe da vítima, se emocionou durante entrevista à Super Rádio Tupi. Segundo ela, a filha estava no auge da felicidade.
“Ela tava no auge da felicidade. Ela não estava depressiva como ele [Valdernir] falou. Eu não tenho mais coração. Como uma pessoa vai ter coração? Se todo dia eu ligava para ela, dava bom dia e falava para mim: ‘Oi mãe, eu estou trabalhando tanto que as vezes eu nem consigo te responder’. Como está meu coração?”, desabafou.
Valéria diz que está sem vontade de fazer nada pois tudo que fazia era em prol das filhas.
“Eu não tenho vontade de fazer nada porque tudo que eu fazia era em prol das minhas filhas. Sempre trabalhei para as minhas filhas. Eu sempre quis estar do lado delas para tudo”, completou Valéria.
Marido tentou enganar as autoridades
O marido contou aos policiais que ela estava com depressão e havia tirado a própria vida.
Depois de colher depoimentos, observar câmeras de segurança da residência do casal e perceberem contradições no depoimento dele, os agentes constataram que ela foi assassinada.
Valdernir foi preso nesta segunda-feira (27) por agentes da Polícia Civil e ao chegar na delegacia quase foi agredido por familiares da vítima.