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‘MMA – meu melhor amigo’ estreia com protagonismo de Marcos Mion
Meu melhor amigo tem o apresentador Marcos Mion como personagem principal e retrata a história de Max Machadada, lutador que tem a vida transformada após se tornar pai de um menino autistaChegou essa semana, chega aos cinemas o filme MMA- Meu melhor amigo, com direção de José Alvarenga Jr e roteirização de Paulo Cursino e Marcos Mion. O longa conta a história da vida de Max Machadada, lutador de MMA em uma fase decadente de sua carreira, que tem sua vida mudada quando descobre que é pai de um menino de 8 anos. Bruno, filho de Max, é um menino autista interpretado por Guilherme Tavares.
No decorrer da narrativa, Max precisa enfrentar as dificuldades para se conectar com Bruno e se preparar para a maior luta da carreira, após a lesão do ombro. Ao lado de Marcos Mion, Andreia Horta interpreta Laís, que cuidou de Bruno antes de contatar Max. Outro grande nome da dramaturgia brasileira, Antonio Fagundes faz o papel do pai de Max e é um lutador que já saiu dos ringues.
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Marcos Mion teve a ideia inicial do projeto e retorna ao meio da atuação depois do filme Amor.com, gravado em 2017. O apresentador é um ativista da causa autista e compartilha nas redes sociais diversos momentos com seu filho Romeo, de 19 anos. Em 2021, Marcos Mion assinou contrato com a Globo e alguns meses depois, se tornou apresentador das tardes de sábado com o Caldeirão do Mion.
Em entrevista ao Correio, Marcos Mion fala das etapas iniciais do projeto, da volta à atuação, da participação no processo de roteirização do filme e da expectativa com a estreia.
Entrevista // Marcos Mion
Como esse projeto chegou até você? Qual foi o seu primeiro contato com ele?
Esse projeto chegou até mim enviado daqui de dentro. Foi uma vontade, quase que uma necessidade, muito grande que eu sentia de fazer um filme porque um filme é uma obra que persiste. As pessoas assistem filmes para sempre e assistem começo, meio e fim, são absorvidas por aquela imagem, por aquele universo que o filme retrata. Eu, como um cara muito obstinado pelo legado, pelo que fica da minha existência, desses meus 25 anos dedicados ao entretenimento, tinha essa preocupação de ter uma obra que ficasse. Ter uma mensagem que pudesse resumir tudo que fiz, todos esses anos dedicados ao entretenimento e esse filme traz essa grande homenagem à família. Essa frase do filme que diz “um homem que não luta pela sua família, não luta por nada”, se isso puder perdurar e for linkado a mim e a essa obra, eu vou estar mais do que satisfeito.
Você participou do roteiro do filme ao lado de Paulo Cursino. Como foi esse processo?
A ideia original do filme é minha, mas eu nunca tinha tido experiência para de fato desenvolver um roteiro. Eu considero uma sorte muito grande trazer para o nosso barco o Paulo Cursino, que é o maior roteirista de cinema do nosso país hoje. Um cara de muito sucesso, e aí a gente começou a desenvolver essa história. O roteiro é dele, eu tenho a supervisão do roteiro, porque tem muita coisa pessoal ali e muitas coisas envolvendo a comunidade autista. O Cursino não tinha acesso, não conhecia a comunidade autista, foi conhecendo conforme as nossas conversas. Esse é um projeto muito autoral, então isso é uma coisa que o Cursino foi muito generoso em ter a minha participação no roteiro diretamente. Me deu também uma propriedade muito grande em cima do Max Machadada e de tudo o que aconteceu ao redor, com a liberdade de estar vivendo alguma coisa ali com o Guilherme Tavares, que é o ator que fez o Bruno. E eu pude deixar as coisas mais verossímeis e mais realistas em relação ao que a gente estava vivendo ali naquele momento como pai e filho. Me deu um corpo muito grande participar do roteiro.
Você diria que esse é um filme autobiográfico?
É muito importante a gente deixar claro que não é um filme autobiográfico. Não é um filme que conta a minha história, nunca teria essa pretensão, e nem a minha história de paternidade com meu filho Romeo. A gente emprestou algumas coisas que a gente viveu, mas não são exclusivas nossas, grande parte da comunidade autista também vive. Emprestamos para o Max viver com o Bruno para gerar identificação com a comunidade autista. Mas nem tudo que o Max vive com Bruno, eu vivi com o meu filho na verdade. A grande maioria, eu não vivi. Existem alguns pilares que eu emprestei para a história deles ficar mais realista. Mas é bem importante a gente separar as duas.
Como foi essa volta para a atuação, depois de anos como apresentador?
Eu não posso ser hipócrita de forma alguma, mas eu estava muito enferrujado de atuar para câmera. Então teve uma preparação minha e um estudo meu, eu fiz isso de mãos dadas com Alvarenga, que é o diretor. Eu devo totalmente a ele a afinação do meu instrumento de ator, chegar no tom certo, nas reflexões certas, no subtexto. A gente trocou muito durante o processo. Ele me indicou muita coisa para eu assistir para tentar buscar referência e eu devolvia para ele sempre com uma cena nova da saga do Rocky Balboa que ele precisava reassistir. Com toda humildade, eu falo que foi difícil, não foi fácil. Estamos todos muito orgulhosos do resultado. Eu e o Alvarenga tínhamos um combinado de que a gente só passava para próxima cena, se a cena que a gente estava naquele momento fosse completamente entendida como uma cena verdadeira. Em nenhum momento poderia acontecer de uma pessoa ir ao cinema, olhar para tela e ver o Mion do Caldeirão, isso não poderia acontecer, estava fora de qualquer cogitação. Esse foi um pacto que eu fiz com a Alvarenga, se tivesse que refazer uma cena 50 vezes, eu ia refazer e a gente só passava para a próxima quando eu olhava para ele, ele olhava para mim e falava que viu verdade. Vamos para a próxima. Assim, a gente foi construindo o Max e eu fui entrando de novo naquela pele de um ator que atua para a câmera.
O que você espera da recepção do público com a estreia? Quais são as suas expectativas?
Pelo retorno que a gente já teve das pré-estreias, eu gostaria muito que o filme tivesse essa jornada de entrar no coração das pessoas. Isso é o mais importante, cada mãe, cada pai que veio muito emocionado falar comigo depois dessas sessões. Isso já faz tudo valer . Crianças e adolescentes autistas que se sentiram representados. Esse filme tem muitas camadas, tem o autismo, mas tem a paternidade, tem a luta livre. Várias pessoas que são praticantes vieram conversar comigo e falar “que legal que você fez um filme sobre luta”. Ele não é um filme sobre autismo, mas ele tem autismo, ele não é um filme sobre luta, mas tem luta. O filme, na verdade, é uma grande homenagem ao valor da família. Esse é o grande objetivo do filme porque um homem que não luta pela sua família, não luta por mais nada nessa vida.
Marli
18 de janeiro de 2025 em 15:58
Wow muitas verdades parabens mion