Filha de entregador morto em assalto deixou carta para o pai: ‘Acorda logo’

Renan Menezes de Jesus, um entregador de 28 anos, morreu nesta terça-feira (7) no Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Ele havia sido baleado na cabeça durante uma tentativa de assalto no Centro de São João de Meriti e estava internado em estado gravíssimo.

Renan deixa uma esposa grávida e uma filha de 5 anos, que chegou a escrever uma carta para o pai enquanto ele estava internado. Na mensagem, a menina dizia que estava esperando por ele e desejava que ele acordasse.

“Te amo, acorda logo, estou te esperando”, diz a carta.

Além do bilhete, a criança também enviou um vídeo para Renan. Na gravação, em tom descontraído, ela diz: “Oi pai, quando você chegar do hospital, você traz um docinho pra mim. Se você não trouxer você vai ver.”

Morte gerou revolta entre parentes e amigos

Roberto Ribeiro, pai de Renan, esteve no Instituto Médico Legal (IML) e descreveu o filho como uma pessoa doce, acolhedora e dedicada ao trabalho.

“Um filho que qualquer pai gostaria de ter. Muito doce, muito acolhedor, um rapaz trabalhador. A gente não merecia perder o Renan dessa forma. Ele sempre foi um filho muito carinhoso e amado por todos.”, conta Roberto.

Roberto também afirmou que o filho deixará um legado para todos. Ele destacou que, graças à campanha ‘Reage Renan’, organizada pela família, o hospital recebeu uma grande mobilização de pessoas dispostas a doar sangue.

“Ele vai deixar um legado para nós, tanto que vocês viram lá, o hospital lotado com a campanha que nós fizemos. Pessoas querendo ajudar, doando sangue, esses dias todo que ele esteve lá, as pessoas doando sangue pra ele, o hospital vai ter que doar sangue, porque tem muito sangue pra dividir pra todo mundo, então ele salvou muitas vidas”, disse Roberto.

Roberto também contou o que os familiares sabem sobre as circunstâncias da morte de Renan.

“O que a família sabe é que ele estava trabalhando, foi comprar uma Coca-Cola que era pra entregar pra um cliente, quando chegaram duas motos com quatro meliantes e quiseram tomar o bem dele, que era a moto. E eu soube que ele se assustou e os caras atiraram na cabeça dele, isso é uma covardia que fizeram com ele, uma covardia.”, desabafa.

O pai também contou que Renan era atleta, jogava em clubes de futebol e se destacava como um pai muito presente na vida da família.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios.