Rio
Polícia descobre exploração sexual de adolescentes na CDD
Apesar da soltura do fotógrafo pela justiça alemã, as investigações continuam em parceria com as autoridades europeias.A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou três alemães envolvidos em crimes de exploração sexual infantil, produção de conteúdo de abuso sexual e estupro de vulnerável na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio. Um dos suspeitos, o fotógrafo Frank Altmann, de 60 anos, foi detido nesta terça-feira (17) em Berlim, na Alemanha, em uma operação conjunta da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) e da Agência Federal de Investigação Alemã (BKA).
Altmann é acusado de aliciar pelo menos 20 meninas, com idades entre 12 e 15 anos, na comunidade carioca. Ele foi preso ao retornar de uma viagem à Suíça, mas, horas depois, foi liberado pela justiça alemã durante uma audiência de custódia.
Na audiência, a corte da Alemanha justificou a soltura do fotógrafo alegando que as supostas vítimas tinham 14 anos ou mais, e, de acordo com a legislação local, seriam consideradas jovens, não crianças. O porta-voz da corte afirmou ainda que, devido à menor expectativa de punição, não havia risco de fuga.
Frank Altmann é descrito como um profissional renomado, conhecido por registrar grandes eventos e trabalhar com artistas e modelos internacionais. Segundo as investigações, ele era um frequentador de círculos sociais de alto nível e usava sua posição para aliciar jovens em situação de vulnerabilidade no Brasil.
A investigação teve início em janeiro, com a prisão em flagrante de outro suspeito, o jornalista alemão Rainer Adolph, de 71 anos, em Curicica, na Zona Oeste do Rio. Ele foi encontrado com material de abuso sexual armazenado e segue preso no Complexo Penitenciário de Bangu.
Além de Altmann e Adolph, um terceiro suspeito, identificado como Jan Juri Reetz, também era investigado. No entanto, ele foi morto a facadas pela própria namorada, na Alemanha, após ela descobrir vídeos que comprovavam o abuso sexual da filha dela pelo acusado.
A Polícia Civil do Rio apurou que Frank Altmann e seus compatriotas organizavam festas na Cidade de Deus, onde os abusos eram registrados em vídeos e posteriormente comercializados na Europa. Entre os crimes investigados estão estupro de vulnerável, favorecimento à prostituição e associação criminosa.
Apesar da soltura do fotógrafo pela justiça alemã, as investigações continuam em parceria com as autoridades europeias.