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O torneio Sekai Taikai e novas dinâmicas redefinem Cobra Kai

Após tropeços iniciais, a série encontra o equilíbrio perfeito entre ousadia, legado e novos caminhos para continuar encantando fãs antigos e novos.

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Parte 2 da sexta temporada de Cobra Kai surpreende positivamente

De acordo com o colunista de André Zuliani, do Omelete, a Netflix fez uma aposta ousada quando decidiu dividir a sexta e última temporada de Cobra Kai em três partes. Mesmo que o formato esteja consolidado dentro da plataforma, estender demais uma série que já vinha dando sinais de desgaste há algum tempo poderia ser um tiro no pé. A ameaça do tiro sair pela culatra quase foi confirmada com a instável Parte 1, que precisou implodir o desenvolvimento de personagens para justificar algumas escolhas criativas. Entretanto, como já fez outras vezes em sua trajetória, a série spin-off de Karatê Kid reencontrou a rota para o sucesso ao fazer da Parte 2 o seu arco mais ambicioso até aqui.

Como muitos fãs esperavam, o início do torneio Sekai Taikai trouxe fôlego para uma narrativa que foi baseada no conflito entre os ensinamentos do Miyagi-Do e Cobra Kai desde o início. A aparição de novos e empolgantes rivais quebrou a fórmula do eterno bem contra o mal e trouxe novas camadas para a franquia, que já não precisa mais se apoiar na eterna rivalidade entre Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka). Embora a dupla de protagonistas ainda troque ofensas aqui e ali, o amadurecimento da relação entre os dois finalmente veio à tona quando ambos, cada um a sua maneira, precisaram do apoio um do outro.

Com a adição de personagens inéditos, novas dinâmicas foram criadas para que Cobra Kai não voltasse a cair na armadilha de resgatar conflitos já resolvidos. O fato de Tory (Peyton List) ter se aliado ao time de John Kreese (Martin Kove) afeta muito mais o relacionamento dela com Robby (Tyler Buchanan), como deveria ser, do que alimenta a sua birra com Sam (Mary Mouser). As complicações amorosas do núcleo jovem ainda estão ali, mas até mesmo elas foram repaginadas para que os novatos Axel Kovacevic (Patrick Luwis) e Zara Malik (Rayna Vallandingham) ganhassem espaço e evitassem que os roteiristas caíssem na tentação de insistir no quadrado amoroso entre Tory, Sam, Robby e Miguel (Xolo Maridueña).

A Parte 2 da sexta temporada realmente triunfa quando se arrisca em ser mais ambiciosa. Trazer o vilão Terry Silver (Thomas Ian Griffith) de volta sem muitas justificativas soaria quase ofensivo após encerrar o seu arco no quinto ano de forma digna, mas o roteiro encontrou uma forma de incluir o ex-dono do Cobra Kai sem que parecesse gratuito – e funciona. Seu retorno, inclusive, alimenta o que viria a ser o estopim para a cena de luta mais eletrizante de toda a franquia desde a colossal guerra na escola no fim da segunda temporada. Suas consequências abrem novas possibilidades e colocam Cobra Kai de volta à rota do sucesso após flertar com o fracasso.

Além de dobrar a aposta, os novos episódios injetam um tipo diferente de nostalgia que nunca havia sido visto na franquia até então. Mesmo tratando-se de uma série que sempre soube homenagear seu legado sem se apoiar no fan service gratuito, a Parte 2 aposta em um “retorno” inesperado que certamente colocará um sorriso no rosto de quem se apaixonou por esse mundo ao assistir o primeiro Karatê Kid. Tal aposta, inclusive, abre caminhos para que a franquia continue existindo após o lançamento da Parte 3, que colocará um ponto final na história de Cobra Kai.

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