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Governo do Rio discute resiliência urbana e mudanças climáticas em encontro no G20 Social
Série de encontros destacou as complexas ameaças que as grandes cidades enfrentam devido à intensificação de eventos climáticos extremosO Governo do Estado do Rio de Janeiro promoveu nesta sexta-feira (15) uma série de encontros no espaço Conexão 2030, voltados para a discussão sobre resiliência urbana e os impactos das mudanças climáticas nas grandes cidades. O evento destacou as crescentes ameaças que as áreas urbanas enfrentam devido à intensificação de eventos climáticos extremos, como chuvas torrenciais, inundações e deslizamentos, que têm causado danos significativos à infraestrutura e à qualidade de vida nas cidades.
O governador Cláudio Castro abriu o evento ressaltando os esforços do governo para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, com destaque para as obras de prevenção e educação para a resiliência que foram realizadas nos últimos anos.
“A gente passou por uma grande tragédia, investiu, planejou, executou obras importantíssimas, algumas aguardadas há décadas. Fizemos o trabalho de prevenção e de educação para a resiliência. Temos ainda um grande caminho, mas já avançamos muito e estamos cada dia mais preparados para enfrentar esses eventos extremos”, afirmou Castro, referindo-se às tragédias ocorridas em anos anteriores e ao compromisso do estado em mitigar os efeitos de desastres naturais.
Durante os encontros, um dos grandes destaques foi o anúncio do Portal Ambiente Resiliente, criado pela Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade. A plataforma tem como principal objetivo aumentar a resiliência dos municípios fluminenses diante das mudanças climáticas, proporcionando acesso a informações, ferramentas e orientações para que as cidades possam desenvolver políticas públicas de forma personalizada.
A subsecretária de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade, Marie Ikemoto, enfatizou a importância de uma abordagem direcionada para cada região, considerando suas particularidades.
“Hoje, nós temos uma assessoria especial somente para tratar do tema de cidades resilientes. Essa é nossa prioridade, e iremos atuar de forma personalizada em cada um dos 92 municípios. Todas as nossas ações estarão nesse novo portal, de forma transparente e acessível”, destacou Ikemoto.
O portal é uma ferramenta inovadora que centraliza as ações do governo estadual relacionadas ao enfrentamento das mudanças climáticas, oferecendo suporte para que as cidades desenvolvam soluções específicas e eficazes.
A subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Ana Asti, chamou atenção para um dos principais obstáculos ao desenvolvimento de cidades mais resilientes: o “acinzentamento” das áreas urbanas, um fenômeno caracterizado pela predominância de concreto e falta de espaços verdes e azuis (como parques e áreas com vegetação). Asti explicou que, além de prejudicar a estética das cidades, a escassez de áreas naturais dificulta a capacidade das cidades de se adaptarem aos impactos das chuvas e inundações.
“O que nós vemos com frequência é o ‘acinzentamento’ das cidades. Ou seja, esquecem da importância de áreas verdes e azuis nos projetos urbanísticos. Quando analisamos cidades assim, notamos facilmente a dificuldade da resiliência frente aos impactos causados pelas chuvas e inundações”, afirmou Ana Asti.
Ela ressaltou a importância de integrar mais espaços naturais nos projetos urbanos, como parte de uma estratégia para tornar as cidades mais preparadas para enfrentar os desafios climáticos.
Outro tema abordado no evento foi o acesso à moradia adequada, um dos maiores desafios urbanos em tempos de mudanças climáticas. Ruth Jurberg, coordenadora do Programa Cidade Integrada, apresentou as ações do governo estadual para garantir moradia digna em comunidades fluminenses, especialmente em áreas vulneráveis a desastres naturais. O programa visa integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas comunidades do Rio, com um foco em melhoria habitacional e na criação de espaços urbanos mais seguros e resilientes.
“O Programa Cidade Integrada implementa ações relativas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nas comunidades fluminenses. Para isso, trabalhamos em diversos eixos temáticos, em conjunto com outras secretarias, em busca da melhoria habitacional”, explicou Ruth Jurberg.