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Mano Menezes credita derrota para o Inter ao grande número de desfalques; veja análise do treinador
Tricolor não contou com sete atletas no Beira-Rio
O técnico Mano Menezes lamentou não só a derrota para o Internacional, na noite da última sexta-feira (08), no Beira-Rio, em Porto Alegre, mas também a grande lista de desfalques para o compromisso, o que, na visão do treinador, pesou para o resultado negativo pelo placar de 2 a 0.
Ao todo, o comandante não teve à disposição sete atletas. Seis estavam suspensos, como Fábio, Kauã Elias, Felipe Melo, Ganso, Thiago Santos e Arias. Já Ignácio foi preservado do compromisso por ter voltado recentemente de lesão.
“Todo mundo sente a ausência de cinco titulares absolutos. Nós, certamente, não passaríamos sem sentir isso, ainda mais quando o adversário tem a melhor campanha do returno, e que tem jogado bem contra todo mundo. Que tem feito uma série, se não me engano, chegou a 14 jogos sem perder. Tirando isso, é claro que nós podíamos ter feito melhor qualquer escolha” – disse Mano Menezes.
Durante a entrevista coletiva concedida após a partida, o técnico mandou um recado para o elenco ao ser questionado sobre motivação. Para ele, quem veste a camisa tricolor não precisa ser motivado.
“Temos todas as motivações do mundo. Quem está no Fluminense não precisa ser motivado para coisa nenhuma. Quem não tem motivação não pode estar aqui. Não temos casos como esse, os jogadores estão trabalhando para isso. Vamos trabalhar bem nas duas semanas que temos pela frente e vamos nos preparar para vencer a primeira partida dentro de casa, que sempre é o que a gente tem que fazer. Não dá pra vencer dois jogos, não dá pra vencer três jogos, temos que vencer. Não podemos adiar essa questão de vencer” – avisou.
Mano ainda voltou a comentar a situação do elenco tricolor, principalmente após o atrito com o lateral-esquerdo Marcelo, que rescindiu com o clube. Segundo o treinador, a questão do elenco será definida após o término do Brasileirão, já que, no momento, o foco precisa ser a luta contra o rebaixamento.
“Internamente nós temos as nossas avaliações, internamente nós conversamos muito sobre isso, a hora agora é de tirar o Fluminense da situação que ele está. Depois que terminar a temporada, acho que é hora de fazer a avaliação, e certamente ela não vai ser expondo esse ou aquele publicamente que não é interesse de ninguém” – pontuou.
“O torcedor tem a avaliação, a gente respeita a avaliação, mas eu posso garantir ao torcedor que falta de interesse não há. O que há é um ano que começou difícil e veio se arrastando. E agora ao estar na situação que está de pressão extrema, porque não é fácil jogar nessa pressão extrema. Alguns sentem mais, outros sentem menos. Alguns já passaram por situação como essa, outros estão passando pela primeira vez, porque o clube grande não é normal de estar aí. Nessa hora é trabalhar, falar pouco, porque não vai ajudar nada nós tornarmos as situações públicas. Quando terminar tudo isso, fazer a avaliação correta para o Fluminense e para o futuro do Fluminense” – acrescentou.
Com a derrota, o Fluminense permanece com 37 pontos, na 14ª colocação, mas pode retornar ao Z-4 ainda neste sábado. Para isso não acontecer, o Tricolor precisa torcer por tropeços de RB Bragantino e Athletico (PR), além da derrota do Criciúma.
Confira outros temas da entrevista de Mano Menezes:
Guga na ponta direita
“Eu não sei se você sabe, mas no ano passado um time (o Palmeiras) foi campeão brasileiro com dois laterais direitos. Então, o problema não são os dois laterais direitos, não são os dois laterais esquerdos. Fazer bem as coisas que você se propõe a fazer. E Guga não jogou de ponta direita. Guga jogou na segunda linha do meio campo, a gente fez duas linhas para defender. E a missão dele no primeiro tempo era fazer isso.”
“Nós dividimos o jogo em partes. Entendemos que era importante conter as iniciativas do Internacional no primeiro tempo que a gente fez. O Guga fez bem a parte dele que coube, e nós como equipe não fizemos a outra parte. Na verdade, sofremos muito mais pelo lado esquerdo nosso defensivo, porque não fizemos bem o que precisava ter feito, não marcamos bem.”
O que faltou pra sair com o empate?
“A gente tem sofrido bastante no ano porque marcamos poucos gols. Então quando temos o nosso momento, quando controlamos o jogo mais, a equipe não está conseguindo definir o jogo a seu favor. Isso obriga o técnico a traçar estratégia como foi a estratégia do primeiro tempo. A gente sabia que ia sofrer ofensivamente, com poucas oportunidades, mas queria estabelecer primeiro uma contenção dessa força do adversário, desse volume de jogo, para depois, na segunda parte, também estar apto para vencer. Só que de novo, quando nós tivemos mais posse, quando nós tivemos mais bola, a gente encontra essa dificuldade que vem se repetindo durante a temporada. É verdade que jogadores importantes nós não estavam. Nós estávamos sem John Arias, nós estávamos sem Ganso, que é o jogador que acha uma jogada diferente.”
“A gente estava sem Kauã, que coloca uma força para a equipe, de atacar com mais profundidade e a equipe sente bastante isso. E outros jogadores também, sem Fábio e Thiago Santos. Mas a equipe pode, nas suas tomadas de decisão encontrar caminhos com um pouquinho mais de lucidez. A gente tem cometido uns erros de afobação de escolher o caminho errado no último momento. Isso provavelmente tem a ver também com essa pressão de estar jogando nas últimas colocações, de olhar pra tabela e se ver mal colocado.”
“Nem todos estão preparados pra esse momento, mas eu vou dar tranquilidade a eles. Tranquilidade não quer dizer apatia, tranquilidade não quer dizer não trabalhar, não quer dizer não ter cobrança, porque nós nos cobramos muito, sofremos muito. O torcedor eu tenho certeza que sofre, mas a gente que vive disso e quer a nossa profissão, pra ter certeza, sofre muito mais.”