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Quase 10% da população do Brasil vive nas favelas, revela Censo

São Paulo lidera com a maior quantidade de pessoas em favelas e Amazonas possui a maior parcela de sua população em comunidades urbanas

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favela do Acari
(Foto: Divulgação)

O Brasil contabiliza 16,390 milhões de pessoas vivendo em favelas, representando 8,1% dos 203 milhões de habitantes do país. Este dado faz parte do suplemento do Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento identificou 12.348 favelas em 656 municípios, demonstrando a disseminação desse tipo de habitação pelo território nacional.

As favelas são caracterizadas pela insegurança na posse das residências, oferta precária de serviços públicos e padrões urbanísticos irregulares, muitas vezes em áreas de risco. Essa é a avaliação feita pelos próprios pesquisadores do IBGE.

Como está distribuída a população das favelas no Brasil?

A distribuição geográfica dos moradores de favelas é desigual, com o Sudeste abrigando 43,4% dessa população, seguido pelo Nordeste com 28,3%, o Norte com 20%, o Sul com 5,9% e o Centro-Oeste com 2,4%. São Paulo lidera com a maior quantidade de pessoas em favelas, totalizando 3,6 milhões, seguido pelo Rio de Janeiro e Pará. Entretanto, proporcionalmente, o estado do Amazonas possui a maior parcela de sua população vivendo em comunidades urbanas, com 34,7%.

Qual é o perfil urbano das favelas do Brasil?

O fenômeno das favelas é eminentemente urbano. Nas 26 grandes concentrações urbanas do país, 16,2% dos habitantes vivem em favelas, sendo esta proporção o dobro da média nacional de 8,1%. Cidades como Belém, Manaus e Salvador apresentam as maiores proporções de população morando em comunidades dentro dessas concentrações.

Enquanto isso, as grandes concentrações urbanas com os percentuais mais baixos eram Campo Grande, São José dos Campos/SP, Goiânia e Sorocaba/SP.

Como são os domicílios e condições de infraestrutura em favelas?

A estrutura habitacional nas favelas do Brasil, segundo o Censo 2022, inclui 6,56 milhões de domicílios, dos quais 72,5% têm até 500 domicílios em cada aglomerado. A taxa média de ocupação é ligeiramente superior à nacional, com 2,9 pessoas por domicílio contra 2,8 no restante do país.

Confira outros dados relevantes:

  • 96,1% das moradias nas favelas são casas, uma porcentagem significativamente maior do que a média nacional de 84,8%.
  • 89,3% dos domicílios têm acesso à rede geral de abastecimento de água, comparável aos 87,4% da média nacional.
  • No aspecto sanitário, 61,5% estão conectados a redes de esgoto adequadas, um pouco abaixo dos 65% encontrados nacionalmente.
  • 76% das residências têm coleta de lixo, comparado com 83,1% na média nacional.

Quais atividades econômicas existem nas favelas?

Em 2022, havia 958 mil estabelecimentos em áreas de favelas, diversificados em suas finalidades. A maior parte, 616,6 mil, ofereceu serviços variados, refletindo a dinâmica e a resiliência econômica desses locais. Outros estabelecimentos incluem 50,9 mil religiosos, 7,9 mil educacionais e 2,8 mil de saúde, demonstrando a complexa rede de serviços essenciais dentro dessas comunidades.

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