Rio
Polícia prende 17 por aplicar golpes em idosos; quadrilha tinha ‘manual de fraudes’
Polícia desarticula quadrilha que aplicava golpes em idosos no Rio; criminosos usavam manuais detalhados para simular centrais bancárias e enganar vítimasUma operação realizada por policiais civis da 56ª DP (Comendador Soares) desarticulou uma quadrilha que aplicava golpes financeiros em idosos. A ação aconteceu na manhã de sexta-feira (1º) e resultou na prisão de 17 integrantes do grupo, responsável por uma série de fraudes bancárias usando técnicas de manipulação para enganar as vítimas.
O esquema era operado a partir de um escritório disfarçado de correspondente bancário no Centro do Rio. O grupo agia de maneira altamente coordenada, convencendo os idosos a fornecer dados bancários, e as investigações encontraram um manual detalhado de fraudes, orientando os golpistas sobre como enganar as vítimas.
Uma das anotações descrevia como simular chamadas de bancos famosos. Outras instruções encontradas detalhavam como enganar os idosos com informações falsas sobre benefícios e taxas bancárias.
Manuais de Fraude e Roteiros Detalhados
Durante a operação, os investigadores descobriram cadernos com instruções precisas que funcionavam como verdadeiros manuais de golpe. Uma das páginas, com o título “Central Multibank”, detalha exatamente como os golpistas deveriam se comunicar com as vítimas.
O nível de detalhamento do manual destaca como o grupo se preocupava em criar uma aparência de autenticidade. Anotações como “Essa taxa não é obrigatória, mas é para manter meu contrato e para isso fazendo o ressarcimento” mostram a sutileza com que os golpistas manipulavam as vítimas, usando uma linguagem que soava profissional e convincente.
Como os Golpistas Enganavam os Idosos
O golpe atingia idosos que possuem margem para contratar empréstimos em bancos. Primeiro, atendentes da quadrilha entram em contato com a vítima e a convencem a fornecer o número token de seu aplicativo bancário.
Em seguida, a vítima recebe uma ligação de um terminal eletrônico que imita o atendimento de grandes instituições financeiras, fazendo-a acreditar que está falando com o próprio banco para cancelar um empréstimo fraudulento que não solicitou. Nesse momento, os criminosos pedem a senha de acesso bancário, permitindo que o empréstimo seja contratado de fato.
Para finalizar a fraude, a vítima é instruída a pagar um boleto, gerado com um QR Code, que ela acredita ser a devolução do dinheiro e o cancelamento do empréstimo. Na realidade, o pagamento transfere o valor diretamente para os golpistas.
O caso segue sob investigação, com as autoridades alertando a população, especialmente os idosos, para ficarem atentos a ligações suspeitas e a nunca compartilharem informações bancárias sem a devida confirmação.