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Maníaco do Parque: assassino pode ser solto e promotor alerta para perigo

Francisco de Assis Pereira foi condenado a quase 300 anos de prisão, mas pode ser solto devido legislação da época

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Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque. Foto: reprodução

Em 1998, Francisco de Assis Pereira se tornou o “Maníaco do Parque”. Ele, que assassinou brutalmente dez mulheres e violentou outras treze no Parque do Estado, em São Paulo, foi condenado a 285 anos e 3 meses de prisão. O problema, no entanto, é que na época da condenação, a legislação brasileira limitava o tempo máximo de cumprimento de pena a 30 anos.

Isso significa que o serial killer pode voltar às ruas em 2028.

Diante desta constatação, o promotor do caso, Edilson Mougenot Bonfim, revelou em entrevista ao portal Migalhas o que pensa sobre a possibilidade de Chico Estrela, como era conhecido, ser solto.

“Não sou eu com opinião pessoal, é a ciência que diz isso; é unânime na psiquiatria mundial que pessoas que sofram desse transtorno de personalidade antissocial, no mais alto grau, como o dele, que torna ele um serial killer, são incorrigíveis, incapazes de aprender pelo exemplo, incapazes de um juízo autocrítico, sincero e, portanto, incapazes de correção.”

Edilson, que é autor de “O julgamento de um serial killer: o caso do Maníaco do Parque”, também comentou sobre a periculosidade do assassino, que só está sob controle devido a prisão.

“Hoje ele não apresenta uma periculosidade porque o homem é ele e suas circunstâncias, e ele está preso com todo o policiamento ostensivo, está recluso, mas a partir do momento que, eventualmente, viesse a ganhar a liberdade, a personalidade dele seria a mesma, com o mesmo transtorno, e logo ali estaria presente o mesmo perigo e o mesmo risco.”

O termo ‘Serial Killer’

O promotor relembrou os desafios que enfrentou ao acusar Assis no Tribunal. Um deles foi a necessidade de explicar sobre o termo “serial killer”, que até então era pouco conhecido no Brasil.

“Eu precisei viajar para vários países e comecei paulatinamente a me imergir numa doutrina e numa literatura que o Brasil desconhecia.”

Além disso, ele comentou sobre o perigo de chamar Francisco de “maníaco”. “Ao se dizer que alguém é maníaco, leva-se à população leiga a ideia de que alguém é doente e, portanto, isento de pena.”

Ele ressaltou também que o transtorno de personalidade antissocial, apesar de grave, não é configurado como uma doença mental capaz de isentar a pena, segundo o Código Internacional de Doenças.

Adaptação para o cinema

No dia 18 de outubro, o Prime Video lançou o filme “Maníaco do Parque”, que retrata a jornada da jornalista Helena Pellegrino, vivida por Giovanna Grigio, para desvendar a verdadeira identidade do homem por trás do apelido.

Em 1998, mulheres começaram a desaparecer e seus corpos eram encontrados no Parque do Estado, em situações desumanas. Francisco, que é interpretado por Silvero Pereira, era motoboy, mas para atrair as vítimas, se passava por fotógrafo e oferecia dinheiro em troca de fotos. Ele levava as meninas até a mata, estuprava e matava.

Silvero Pereira como Francisco de Assis Pereira. Foto: divulgação

Na trama, Helena é uma jornalista nova e constantemente hostilizada no ambiente de trabalho, predominantemente ocupado por homens. Em um furo de reportagem, ela emplaca a capa do jornal e é a responsável por tornar público o caso. Além disso, o apelido “Maníaco do Parque” é de autoria dela.

A partir daí, a jovem começa a tratar o caso quase como um objetivo pessoal, e não para até descobrir quem é o homem que vem matando mulheres inocentes. Ela encontra fontes, fala diretamente com as vítimas sobreviventes e pessoas que conheciam Francisco.

Críticas ao filme

Na Internet, algumas pessoas criticaram o protagonismo da jornalista no filme, e a diretora Thaís Nunes esclareceu o que a motivou a fazer isso.

“A gente não queria de forma alguma que o Francisco fosse o centro da narrativa mais uma vez. A gente entendeu que o Francisco jamais poderia ser o protagonista do filme. Não era possível mais uma vez que ele fosse o dono da narrativa.”

Na trama, o assassino vive em uma busca incessante pela fama, tendo até mesmo relatado em um diário que “iria aparecer em jornais nem que fosse sendo caso de polícia”. Diversas vezes ele se mostra satisfeito pela “fama” que ganha durante as buscas.

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