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Entenda como filho de influente empresário levou clube à Série B depois de 30 anos
O nome por trás da rápida ascensão nacional é Filippo Bertolucci, filho de Giuliano Bertolucci, um dos mais influentes agentes do futebol brasileiro e que movimenta cifras milionárias com vendas de jogadoresA Ferroviária esbanja tradição no futebol paulista e, há pouco tempo, passou a reescrever a sua história no cenário nacional. Depois de passar por altos e baixos na história recente, inclusive com a falência no começo desse século, a equipe de Araraquara voltou à tona no futebol brasileiro e disputará a Série B 30 anos depois da última participação.
Depois de bater na trave em cinco oportunidades na quarta divisão, a Ferroviária conseguiu, em 2023, o acesso para a terceira divisão nacional. E, na primeira oportunidade na Série C depois de 21 temporadas longe, a Locomotiva fez história e retornou ao segundo mais alto nível do futebol brasileiro, a Série B.
O nome por trás da rápida ascensão nacional é Filippo Bertolucci, filho de Giuliano Bertolucci, um dos mais influentes agentes do futebol brasileiro e que movimenta cifras milionárias com vendas de jogadores.
O jovem de 26 anos assumiu a SAF da Ferroviária em dezembro de 2022, com a venda do então acionista, Saul Klein, para o Grupo Bertolucci. Pipo, como é conhecido no mundo do futebol, já era um dos conselheiros da empresa desde 2020, antes de o clube se tornar Sociedade Anônima de Futebol.
Nos primeiros meses à frente da Locomotiva, a nova SAF sofreu um baque, com rebaixamento à Série A2 do Campeonato Paulista. Nem mesmo os seis gols de John Kennedy, emprestado pelo Fluminense, evitaram o descenso da Ferroviária após oito anos ininterruptos na primeira divisão estadual.
O retorno do fundo do poço
A equipe de Araraquara chegou ao fundo do poço na temporada de 1996 e foi obrigada a desistir da vaga no segundo mais alto nível do futebol nacional por falta de recursos. Foi ali, em meio a incertezas, que a Ferroviária foi pioneira. Alguns anos depois, em 2003, um grupo de investidores de Araraquara comprou o clube, que na época disputava a quarta divisão estadual, e transformou a agremiação em um clube-empresa, muitos anos antes das SAFs bombarem no Brasil. E quem diria que o pioneirismo deu certo. A equipe deixou a quarta divisão e, depois de brigar muito nas divisões inferiores, transitando entre Série A2 e A3, a Locomotiva voltou à elite paulista em 2015.
A equipe de Araraquara teve a ajuda do Athletico, na época sem H, em uma parceria de empréstimos. Naquela campanha, o goleiro Rodolfo, ex-Fluminense, e o zagueiro Marcão, capitão do Galatasaray, fizeram parte do elenco, por exemplo. Na volta à elite, a Ferroviária começou como sensação, mas não manteve o alto nível e lutou para evitar o rebaixamento no último jogo, após empatar sem gols com o Linense.
Na segunda metade da temporada, disputou a Copa Paulista, competição que havia vencido em 2006, e ficou com o vice. Voltou, por conta da boa campanha, à Copa do Brasil depois de dez anos, mas caiu na primeira partida para o ASA. Foi em 2017 que o mundo voltou a sorrir. O cenário no Paulistão era o mesmo, mas a permanência veio de maneira histórica.
A Locomotiva vinha em desgraça na competição, na lanterna, e tinha o jogo contra o Corinthians como última opção para permanecer. O treinador PC de Oliveira, multicampeão no futsal, treinava a equipe e escalou o goleiro reserva Tadeu para a partida. Tadeu fechou o gol, ajudou a equipe a vencer o Timão e, mais tarde, a se manter na elite.
No fim das contas, o herói virou santo em Araraquara. Na Copa Paulista, o sonho pela Série D era real. E ele veio: com o jovem, mas já titular, Tadeu como capitão, a Locomotiva fez uma excelente campanha, teve o artilheiro do ano no futebol brasileiro, com Léo Castro, e se sagrou campeã após derrotar a Inter de Limeira nos pênaltis. O retorno ao Campeonato Brasileiro estava sacramentado.