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Sexo, sangue e religião: ópera deixa público em choque e 18 passam mal
Ópera Sancta, dirigida por Florentina Holzinger, provoca mal-estar em 18 espectadores em Stuttgart com cenas de sexo explícito e uso de sangue real e falso.A apresentação da ópera “Sancta” em Stuttgart, no sudoeste da Alemanha, tornou-se o centro de um intenso debate cultural no último fim de semana. A obra, sob a direção da coreógrafa Florentina Holzinger, provocou reações físicas em parte do público, com 18 espectadores necessitando de atendimento médico após presenciar cenas controversas.
A ópera, que incorpora elementos provocativos como piercings executados ao vivo, situações de sexo explícito e o uso de sangue – tanto falso quanto real – levou vários espectadores a sentirem-se mal. Segundo Sebastian Ebling, porta-voz da Ópera de Stuttgart, apesar do desconforto sentido pelo público, apenas três casos demandaram a presença de um médico de emergência.
Descrevendo os efeitos da apresentação como “estados de choque”, o tabloide Bild destacou a intensidade das reações causadas pelas cenas. Em antecipação a possíveis reações adversas, a Ópera de Stuttgart emitiu um aviso sobre o conteúdo, enfatizando que a obra explora temas como espiritualidade, sexualidade, crítica à religião e violência social, com representações explícitas no palco.
A produção, inteiramente composta por um elenco feminino, traz atrizes interpretando figuras icônicas do catolicismo. Em uma das cenas, uma atriz com nanismo, vestida como o papa, é suspensa e girada por um braço robótico.
“Sancta” não é uma montagem inédita de Florentina Holzinger; a obra teve suas raízes em uma ópera dos anos 1920 e já havia gerado controvérsia em Viena. A abordagem direta de temas tabus suscitou críticas significativas, especialmente de representantes da Igreja.
A discussão sobre o impacto de “Sancta” na sociedade alemã divide opiniões. Enquanto algumas pessoas elogiam a obra por seu enfrentamento audacioso das normas culturais e religiosas, outras alertam para as potenciais ofensas e desconfortos que podem causar em audiências não-preparadas.
Especialistas em teatro e cultura debatem a linha tênue entre arte e ofensividade, considerando como a expressão artística deve ser balanceada com a sensibilidade do público.