Esportes
Jogadora de vôlei desabafa bullying e ameaças de morte
Em entrevista ao Abre Aspas, Ana Patrícia abriu o peito sobre os cuidados com a saúde mental. Falou sobre os momentos de fragilidades diante do bullying, dos haters e da depressão. Contou como driblou o medo e a ansiedade durante as Olimpíadas de Paris. Ressaltou a capacidade de concentração para não se deixar levar pelas emoções da emblemática discussão com a canadense Brenda Wilkerson na final. Destacou o trabalho psicológico como pilar do ouro olímpico.
” Precisei vivenciar muitas situações e principalmente entender a importância que tinha eu falar sobre saúde mental, porque sei a dor que o bullying me causou. Minha mensagem é sempre para que as pessoas falem sobre isso. Eu tinha vergonha, parecia pequeno. E não é pequeno. Aquilo mexeu na minha autoestima, mexeu na minha confiança. Se uma pessoa conseguir falar sobre isso e se sentir melhor, minha missão já vai estar cumprida. Foi duro pra mim, e não quero que seja duro pra tantas pessoas. A gente tem que quebrar cada vez mais esse tabu”. A jogadora ainda completou.
“A gente precisava ter vivido aquilo para amadurecer e olhar a questão psicológica com mais atenção. Depois de Tóquio, eu comecei a ter muita ameaça de morte. “Você é um lixo, você tem que se matar, você é uma vergonha.” Foi muito traumático. Demorei mais de um ano para conseguir respirar normalmente e entender que aquilo ali não me pertencia. Aquilo ali é um sentimento que está dentro de uma pessoa que acha que pode falar de uma coisa que ela não sabe. Foi um trabalho psicológico muito grande realmente para eu conseguir me recuperar” contou Ana Patrícia.