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Saúde

Autoridades alertam para risco no consumo de água extraída ilegalmente

Alerta é feito após ação desencadeada pela Polícia Civil em Del Castilho

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Criminosos que faziam extração ilegal de água foram presos em operação da DPMA (foto: divulgação)

A prisão de três pessoas que vendiam água contaminada extraída de poço numa comunidade de Del Castilho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (14), chamou a atenção para um grave problema de saúde pública.

A comercialização da água de poços, muitas vezes de qualidade duvidosa, sem autorização dos órgãos ambientais, nem o devido controle sanitário, representa um risco à saúde da população.

Caixas d’água onde era armazenada a água extraída ilegalmente (foto: divulgação)

Na operação de ontem, policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) estouraram um galpão, onde encontraram caminhões e caixas d’água para a reservação. Tudo com origem ilegal.

Caminhões utilizados pelos criminosos tinham adesivos falsos da Prefeitura do Rio e da Mobi-Rio (foto: divulgação)

Segundo a presidente do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, fontes alternativas, como poços artesianos e caminhões-pipa, sem a devida regularização de órgãos de controle, são um perigo para a população:

“A água de poço muitas vezes não passa por análises físicas e químicas. E, sem tratamento adequado, ela pode ter a presença de coliformes fecais e de metais pesados. Isso pode trazer problemas como diarreia, entre outras doenças de veiculação hídrica. Já a água fornecida pelas concessionárias passa por um rigoroso processo de tratamento para a remoção de sujeiras e eliminação de microrganismos que ainda possam estar presentes, então ela chega às torneiras dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde”, destaca Luana Pretto.

Também é importante ressaltar que, em locais onde há rede pública de abastecimento disponível, é ilegal a comercialização de água proveniente de fontes alternativas. Além disso, a água oferecida por um caminhão-pipa ilegal pode ser oriunda de um poço ou de ligações clandestinos.

Em ações de fiscalização, inclusive, já foram flagrados veículos que, além de apresentarem tanques sujos, estocavam álcool e gasolina, combustíveis que inutilizam para sempre o uso desses reservatórios para o transporte de água potável.

Para completar, a água que é consumida de fontes ilegais volta para a rede de esgoto de forma considerada clandestina, já que não é controlada por uma rede regularizada. Essa ação também configura um crime.

Órgãos ambientais devem dar autorização

O uso dessas fontes, nos casos excepcionais admitidos pela legislação, requer a autorização do órgão ambiental responsável. Tudo porque o abastecimento via rede pública de água, além de uma exigência legal para as localidades onde o serviço está disponível, é o que garante o consumo seguro de água potável nos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde – ditados pela Portaria 888/21 e pela lei federal Nº 11.445, de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico.

No Estado do Rio de Janeiro, a concessionária que tem a maior área de atuação e está presente em 27 municípios é a Águas do Rio. A empresa afirma que mantém um rigoroso controle de qualidade da água fornecida e que realiza, por ano, cerca de 160 mil análises em diversos pontos da rede de distribuição e outras 1,5 milhão nas saídas das estações de tratamento, a fim de controlar inúmeros parâmetros.

“Temos uma rotina diária de coletas de água, e os resultados das análises estão presentes nas faturas dos clientes. O monitoramento ocorre em locais estratégicos, que incluem escolas, creches, hospitais, rodoviárias, entre outros. Analisamos cor, turbidez, cloro, pH, flúor, além de realizarmos testes bacteriológicos. Somado a isso, fazemos de hora em hora análises nas saídas das estações de tratamento de água. Estamos atentos também aos relatos da população, para atuarmos com rapidez caso ocorra alguma dúvida pontual”, explicou o gerente de Operações da Águas do Rio, Pedro Ortolano.

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