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Saúde

Transtorno de ansiedade generalizada aumenta em mais de 200% na rede pública

O transtorno de ansiedade generalizada afeta cada vez mais pessoas.

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Transtorno de ansiedade generalizada aumenta em mais de 200% na rede pública
Foto: Pixabay/Divulgação

O índice de pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) na rede pública cresceu mais de 200% desde o ano que precedeu a pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2019, 71.293 indivíduos foram atendidos com sintomas de ansiedade, enquanto em 2023 esse número subiu para 274.682. Na mesma época, os casos de depressão aumentaram em 34%, e o transtorno do pânico apresentou um crescimento ainda maior, de 93%.

O aumento da incidência de casos relacionados à saúde mental é motivo de preocupação entre especialistas e exige atenção da população com o próprio bem-estar. Afinal, é importante adotar medidas para fortalecer a saúde mental e prevenir o agravamento desses transtornos.

Por que os Casos de Transtorno de Ansiedade Generalizada Estão Aumentando?

Diversos fatores contribuem para esse aumento no número de casos de transtorno de ansiedade generalizada. A pandemia de COVID-19, por exemplo, trouxe mudanças abruptas na rotina das pessoas, aumento do isolamento social, e questões econômicas que impactaram diretamente o estado mental da população. Além disso, a ausência de um suporte adequado em termos de saúde mental agrava a situação.

Entender as causas do aumento é crucial para criar estratégias de prevenção e tratamento que sejam eficazes. A seguir, especialistas sugerem algumas práticas para melhorar a saúde mental.

Confira estratégias para melhorar a saúde mental

Adicione música clássica na sua playlist

Um estudo da Universidade de Stanford constatou que, ao ouvir música clássica, o fluxo de sangue aumenta em diversas áreas do cérebro, liberando dopamina e ativando regiões ligadas à autonomia, cognição e emoção. A música clássica também relaxa o ambiente, aumentando o foco e a concentração, especialmente em situações que requerem tranquilidade.

“Ouvir música clássica constantemente eleva a atividade cerebral que envolve as sensações de prazer e recompensa. Reduzir a dor e a ansiedade, baixar a pressão arterial, combater a insônia, despertar emoções positivas e atenuar a tensão são alguns dos motivos para você aderir à música clássica”, reforça Monica Machado, psicóloga e fundadora da Clínica Ame.C, pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

Como a leitura terapêutica pode ajudar?

De acordo com um estudo realizado pelo periódico Trends in Cognitive Sciences, a leitura aumenta as conexões neurais, melhorando as funções cognitivas, diminuindo os níveis do hormônio do estresse, desacelerando os batimentos cardíacos e o ritmo da respiração, e minimizando os sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

Segundo Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, pesquisadora e supervisora na residência de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), dentre as funções cognitivas, destacam-se a consciência, a orientação, a sensopercepção e a concentração.

“Daí a importância de escolher livros com temas que sejam de seu interesse, para que prendam sua atenção e direcionem sua concentração somente no livro. Uma vez envolvida na história, a pessoa se desliga do mundo externo e, consequentemente, dos agentes estressores”, orienta a especialista.

Pratique a aromaterapia

Os óleos essenciais, extraídos de plantas, flores e frutas, promovem estímulos sensoriais que geram sensação de bem-estar e conforto. Quando inalados, o olfato reconhece as moléculas dos óleos essenciais através de seus receptores, chegando até o sistema límbico, região do cérebro responsável pelas emoções.

Um estudo realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) comprovou que pacientes com depressão precisaram de menores doses de medicamentos após terem feito tratamento com aromaterapia, utilizando óleos cítricos.

Paula Molari Abdo, farmacêutica pela USP, cita o óleo de lavanda como um dos mais usados em desequilíbrios emocionais, beneficiando o sistema nervoso autônomo, e aliviando sintomas de depressão, ansiedade e enxaqueca.

“Já o óleo de vetiver melhora a saúde emocional de forma semelhante a alguns remédios prescritos para ansiedade”, ressalta a profissional, membro da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG).

Invista na hortoterapia para combater o transtorno de ansiedade

Cultivar um jardim ou uma horta tem sido uma aposta cada vez mais usada para tratar distúrbios que trazem prejuízos à saúde mental. Segundo o estudo Gardening is Beneficial for Health, publicado na Science Direct, a prática ajuda a promover redução da depressão e da ansiedade, além de proporcionar aumento da qualidade de vida e do senso de comunidade.

Em outro estudo, da Universidade de Princeton, os pesquisadores constataram um aumento significativo nos níveis de bem-estar dos praticantes de jardinagem doméstica, em especial, no cultivo de vegetais. Isso se deve à sensação de recompensa pela possibilidade de comer ou proporcionar aos outros um alimento que a própria pessoa cultivou.

“Uma boa dica é começar com uma horta orgânica e cultivar seus próprios alimentos em casa. Quem tem mais espaço pode ampliar aos poucos e variar os cultivos. O importante é perceber as mudanças internas e dar continuidade ao que lhe proporciona prazer”, finaliza Monica Machado.

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