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Ciência

Estudo Inédito revela que a alga marrom marinha ajuda na prevenção da doença de Parkinson

Um estudo japonês revelou o potencial preventivo dos polifenóis de alga marrom marinha.

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Estudo Inédito revela que a alga marrom marinha ajuda na prevenção da doença de Parkinson
Foto: Nicolás Battini/iNaturalist.org

Recentemente, a Universidade Metropolitana de Osaka, no Japão, revelou os efeitos promissores dos polifenóis de Ecklonia cava, uma alga marrom marinha comestível, na prevenção da doença de Parkinson. Esta descoberta coloca a alga, encontrada nas águas do Japão e Coreia, sob os holofotes devido ao seu potencial terapêutico, especialmente por sua alta concentração de antioxidantes.

Os polifenóis são conhecidos por suas propriedades antioxidantes, combatendo radicais livres e protegendo as células do corpo contra danos. No estudo japonês, camundongos foram alimentados diariamente com antioxidantes extraídos da Ecklonia cava durante uma semana, antes de receberem uma dose de rotenona, uma substância química utilizada como pesticida e inseticida.

O Efeito da Alga Marrom no Parkinson

Os testes de função motora realizados em camundongos mostraram resultados surpreendentes. A função motora, prejudicada pela rotenona, foi restaurada após a administração dos antioxidantes.

Além da melhora motora, houve melhorias significativas na função intestinal e na estrutura da mucosa do cólon. Esses resultados indicam que a Ecklonia cava possui um efeito protetor geral no organismo, destacando-se como um potencial agente preventivo contra o Parkinson.

Qual o Mecanismo de Ação da Ecklonia cava?

Determinado a entender a interação bioquímica, a pesquisa avançou para experimentos celulares utilizando modelos da doença de Parkinson.

Os resultados apontaram que os antioxidantes da Ecklonia cava ativam a enzima AMPK (proteína quinase ativada por adenosina monofosfato), um sensor de energia intracelular crucial. Além disso, essas substâncias inibem a produção de espécies reativas de oxigênio, que são nocivas por causarem a morte das células neuronais.

Como a Alga Marinha Pode Beneficiar Pacientes com Parkinson?

De acordo com a professora associada Akiko Kojima-Yuasa, da Escola de Pós-Graduação em Vida Humana e Ecologia da Universidade Metropolitana de Osaka, “os antioxidantes da Ecklonia cava podem minimizar os danos neuronais ao ativar a AMPK e inibir a produção de espécies reativas de oxigênio intracelulares. É esperado que a Ecklonia cava se torne um ingrediente vital na prevenção do Parkinson”.

doença de Parkinson afeta predominantemente a função motora, devido à degeneração das células na substância negra do cérebro, responsável pela produção de dopamina. A baixa de dopamina compromete a capacidade motora dos pacientes, e sintomas severos tendem a surgir por volta dos 65 anos.

Outra Perspectiva: A Conexão Intestinal

Complementando este estudo, a Universidade de Nagoya, também no Japão, investigou a relação entre a microbiota intestinal e o Parkinson.

A pesquisa indicou uma redução de microrganismos fundamentais, responsáveis pela síntese das vitaminas B2 (riboflavina) e B7 (biotina), que possuem propriedades anti-inflamatórias essenciais para combater a inflamação associada ao Parkinson. A menor produção dessas vitaminas pode comprometer a barreira intestinal, permitindo a entrada de toxinas na corrente sanguínea, o que pode chegar ao cérebro e causar danos.

Os Benefícios das Vitaminas B2 e B7

Os cientistas analisaram amostras de fezes de pacientes com Parkinson e indivíduos saudáveis de diversas partes do mundo, incluindo Japão, Estados Unidos, Alemanha, China e Taiwan. Os resultados mostraram uma diminuição nos genes bacterianos ligados à síntese de riboflavina e biotina.

Em condições ideais, essas substâncias mantêm a integridade da barreira intestinal, prevenindo que toxinas atinjam o cérebro e causem inflamação. “Essa maior permeabilidade intestinal expõe os nervos a toxinas, contribuindo para a agregação anormal de alfa-sinucleína, ativando células imunológicas no cérebro e resultando em uma inflamação prolongada”, revelou Hiroshi Nishiwaki, pesquisador da Universidade de Nagoya.

O Futuro da Terapia Personalizada

Compreendendo essas descobertas, há a possibilidade de desenvolver terapias personalizadas baseadas no perfil exclusivo da microbiota de cada paciente. Hiroshi Nishiwaki sugeriu que, no futuro, poderia ser viável identificar indivíduos com deficiências específicas e administrar suplementos orais de riboflavina e biotina aos que apresentarem níveis reduzidos, potencializando um tratamento eficaz.

  • Estudo sobre polifenóis da Ecklonia cava realizado pela Universidade Metropolitana de Osaka.
  • Resultados promissores na restauração da função motora em camundongos.
  • Pesquisa complementar sobre microbiota intestinal conduzida pela Universidade de Nagoya.
  • Papel das vitaminas B2 e B7 na prevenção da inflamação associada ao Parkinson.

Enquanto a ciência continua a investigar e desvendar novas possibilidades, a esperança se renova para pacientes que convivem com o Parkinson. Algas marinhas e a saúde intestinal podem ser as chaves para prevenções mais eficazes.

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