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Endividamento cresce e chega a 78,8% das famílias no Brasil

Trata-se da maior porcentagem desde novembro de 2022. Especialista chama a atenção para necessidade de educação financeira contra o endividamento das famílias

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A quantidade de famílias brasileiras endividadas chegou a 78,8% em maio, um crescimento em comparação com os 78,5% de abril. O número representa a maior porcentagem já registrada no país desde novembro de 2022, segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O cartão de crédito responde por 86,9% das dívidas, ao passo que os carnês (16,2%) e o crédito pessoal (9,8%) vêm em seguida. A pesquisa contabiliza como endividadas não apenas as pessoas que possuem débitos em atraso, mas todas aquelas com qualquer dívida a vencer.

Além disso, o percentual de famílias que se consideram muito endividadas também subiu: foi de 17,2% em abril para 17,8% em maio, segundo a Peic. 

“Esses dados são alarmantes e refletem a complexidade da situação econômica atual, exacerbada por diversos fatores, como a inflação elevada, o aumento das taxas de juros e a recuperação lenta da economia pós-pandemia”, analisa Bernardo Starling Moss. Ele é CEO da Be Growth, empresa detentora da marca Utua, plataforma de gestão de conhecimento e recomendação de serviços financeiros.

Moss explica que o aumento do endividamento faz com que uma parcela significativa da renda das famílias seja direcionada ao pagamento de débitos. O especialista diz que isso limita o consumo e, consequentemente, afeta negativamente o crescimento econômico.

“Famílias endividadas têm menos capacidade de gastar em bens e serviços, o que pode levar a uma desaceleração econômica”, afirma Moss. Ele alerta que a inadimplência pode ficar ainda pior à medida que, diante da impossibilidade de saldar suas pendências, há pessoas que recorrem a novos empréstimos. Isto é, fazem mais uma dívida para pagar as anteriores, levando a uma espiral de problemas financeiros. 

Para Moss, o cenário revelado pela pesquisa reforça a importância da educação financeira, que, de acordo com a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), pode ser definida como “o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos”. 

Na sua visão, muitas famílias se endividam por falta de conhecimento sobre como gerenciar as finanças pessoais, planejar gastos e entender os custos reais do crédito.

Algumas medidas podem ajudar a prevenir o endividamento, como estabelecer um limite do que vai ser gasto no mês, reduzir despesas supérfluas (envolvendo toda a família na tarefa) e buscar uma fonte de renda extra, sustenta o especialista. 

“O setor financeiro também tem um papel crucial na promoção da responsabilidade na concessão de crédito. É necessário um equilíbrio entre facilitar o acesso ao crédito e garantir que os consumidores tenham condições de honrar seus compromissos”, alega.

O esforço, no entanto, não deve ficar restrito a indivíduos e empresas, defende Moss. Para ele, é necessário que sejam implementadas políticas públicas de apoio às famílias endividadas. 

Como exemplos a serem seguidos, o especialista cita a possibilidade de renegociação de dívidas com condições mais favoráveis, programas de educação financeira em escolas e iniciativas governamentais para controlar a inflação e promover a estabilidade econômica.

“Com educação adequada e políticas públicas eficazes, é possível reverter essa tendência de aumento do endividamento e promover um futuro financeiro mais estável e sustentável para todos”, acredita. 

Para saber mais, basta acessar: https://utua.com.br/

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