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Marcão deve treinar o Fluminense até o fim do ano, diz presidente
Mário Bittencourt confirma que pretende efetivar o treinadorO presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, confirmou nesta terça-feira (25) que Marcão deverá ficar no cargo de técnico até o fim da temporada. O dirigente, em coletiva dada à imprensa no CT Carlos Castilho, afirmou que não procurou outro treinador, após a demissão de Fernando Diniz, anunciada nesta segunda. Assim, ele demonstrou confiança no membro da comissão técnica permanente já para o jogo de quinta-feira, contra o Vitória.
“Até o dia de hoje, não pensamos em nenhum nome e não conversamos com o estafe de nenhum treinador. Não conversamos com ninguém enquanto ainda tem alguém no cargo, muito menos no dia seguinte (à demissão). Temos a filosofia de deixar as pessoas aqui trabalharem em paz. A tendência é que o Marcão siga até o fim da temporada. Temos que dar tranquilidade e confiança a ele, essa é nossa ideia principal. As coisas podem mudar? Podem, mas não é nossa intenção: queremos ter estabilidade. Vamos voltar a vencer e encontrar um caminho”, disse Mário.
O presidente ainda exaltou o trabalho de Marcão como sendo de transição entre treinadores demitidos e repostos. Além disso, recordou os números do ex-volante em suas três passagens como técnico, demonstrando confiança em sua decisão:
“Em 2019, quando o Diniz saiu pela primeira vez, tivemos a ideia de colocar o Marcão. Treinou o time em 14 partidas, ganhou seis, estava na zona de rebaixamento e quase classificou para a Sul-Americana. A outra passagem foi quando o Odair (Hellmann) saiu, dessa vez ganhamos seis e classificamos para a fase de grupos da Libertadores. No ano seguinte, terminamos em sétimo. O Marcão nos entregou, por três anos seguidos, saídas do descenso para posições superiores e, em duas, a vaga na Libertadores. Ele é competente, é por isso que está aqui e penso que precisamos respeitar isso”.
Mário destaca emoção na despedida de Diniz
Embora tenha confirmado que Marcão deve ficar mesmo até o fim do ano, Mário Bittencourt não deixou de recordar Fernando Diniz. O presidente do Fluminense relembrou os bons momentos com o treinador, bicampeão carioca, campeão da Libertadores de 2023 e da Recopa da atual temporada. Ele reconheceu que o time já não vinha demonstrando o nível de outrora, mas destacou a emoção no adeus ao técnico, confirmado nesta segunda-feira, quando uma reunião no clube terminou com a decisão tomada.
“Acreditávamos poder voltar a ter performance de antes, mas já eram seis meses tentando reencontrar um elo. Então, com a concordância do departamento de futebol, decidimos pelo afastamento. Precisamos encontrar caminhos para a torcida parar de sofrer. Ela não está do lado contrário, está do nosso, pois também sentimos isso. Seria necessário um rompimento doloroso, mas a vida traz isso. O que vai ficar é o que construímos juntos. Foram dois anos e dois meses de muito sucesso, que deram muito certo e uma série de fatores nos levou ao título mais importante da nossa história”, disse, prosseguindo:
“Sou amigo de todo mundo que trabalha comigo, mas isso não me impede de ter que tomar decisões que me sangram. A diferença de 2019 para ontem é que, dessa vez, demos o mesmo abraço na minha sala, mas com uma carga emocional diferente. Choramos muito, depois resolvemos a parte burocrática e ele pediu para se despedir das pessoas, o que eu obviamente permiti. E eu participei disso, ao fundo, e vi uma das cenas mais bonitas que já presenciei no futebol. Que foi a de jogadores renomados, tarimbados, jovens, chorando com a saída de um treinador, pela tristeza do fim de um ciclo. Foi um choro de que sabemos que deu certo, mas que não dava mais. Fechou-se um ciclo, temos que virar a página”.