Botafogo
STJD dá prazo de cinco dias para John Textor apresentar provas de manipulação e aplica multa de R$ 60 mil
Empresário foi julgado nesta segunda-feira pelo STJD, mas não compareceu à sessão
A 1ª Comissão Disciplinar do STJD estipulou, em julgamento realizado na tarde desta segunda-feira (06), um prazo de cinco dias para que John Textor, dono da SAF do Botafogo, apresente as provas que afirma ter sobre corrupção na arbitragem ou no futebol brasileiro.
Caso não possa ou não consiga, o norte-americano precisa dar as justificativas necessárias para tal. Além disso, o empresário, que não compareceu à sessão, foi multado em R$ 60 mil reais.
As punições aplicadas foram por infração ao artigo 220-A, inciso I (deixar de colaborar com a justiça desportiva na apuração de irregularidades). No artigo 223 (deixar de cumprir ou retardar o cumprimento de decisão), no entanto, foi absolvido.
No julgamento, o relator Miguel Cançado votou pela suspensão automática até Textor apresentar as provas de que havia árbitros reclamando de propinas não terem sido pagas, sendo acompanhado por Caio Barros. Ramon Rocha defendeu dar cinco dias de prazo, sendo acompanhado pelo vice-presidente da comissão Sérgio Furtado. O presidente do colegiado, Alcino Guedes, se declarou impedido.
Com o empate nos votos, prevaleceu a decisão mais branda, ou seja, o prazo de cinco dias para que as evidências sejam apresentadas.
Pedido de suspensão do julgamento negado
Antes mesmo do início do julgamento, a defesa de John Textor, comandada pelo advogado Michel Assef Filho, pediu a suspensão do julgamento, já que o STJD abriu inquérito para apurar casos de manipulação, após pedido feito pelo norte-americano.
Para que a suspensão pudesse acontecer, todos os relatores deveriam votar a favor – o que não aconteceu. O Tribunal quer ter acesso às evidências que o norte-americano afirma ter a qualquer custo.
A defesa de Textor, no entanto, não concorda com isso e pode recorrer ao Pleno do STJD.
“É absolutamente ilegal determinar que alguém entregue algo da sua posse. É um documento que está na posse de John Textor, ele entrega se quiser. Não pode um promotor exigir que ele entregue algo, isso é autoritarismo. A Justiça Desportiva não tem direito de exigir de ninguém um documento” – sustentou Asseff Filho.
“Em dezembro de 2023 ele pediu ajuda da justiça desportiva e foi indeferido. Ele quer colaborar desde o dia 1, tudo o que ele quer é a ajuda dos senhores. Ele está colaborando, sempre quis colaborar, demonstra isso ao pedir duas vezes a instauração de inquérito” – completou o advogado.