Política
‘É crime?’, questiona Bolsonaro sobre dormir na embaixada da Hungria
Em fevereiro, Bolsonaro passou duas noites na representação húngara após ter seu passaporte apreendido pela PFO ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) questionou, nesta segunda-feira (26), se foi crime pernoitar na embaixada da Hungria, em Brasília. Em fevereiro, Bolsonaro passou duas noites na representação húngara após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal durante uma investigação sobre tentativa de golpe de Estado.
“Dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso?”, indaga Bolsonaro em conversa com jornalistas na saída de um evento em São Paulo. “Tenha santa paciência, deixa de perseguir, pessoal, quer perguntar da baleia? Da Marielle Franco? Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Vamos falar dos móveis do Alvorada?”, acrescentou o ex-presidente.
Bolsonaro chegou à embaixada na noite de 12 de fevereiro, e partiu na tarde do dia 14. Durante esses dois dias, as câmeras registraram diversas movimentações, incluindo um funcionário da representação levando uma máquina de café em cápsulas para as instalações de hóspedes por orientação do embaixador Miklos Halmai.
As imagens também mostraram auxiliares de Bolsonaro entrando e saindo da embaixada com mochilas que, supostamente, continham itens pessoais. O ex-presidente foi visto circulando pelo pátio interno da embaixada acompanhado de um auxiliar e mexendo no celular.
Pelos registros, fica a impressão de que Bolsonaro era aguardado. Os funcionários da embaixada se apressaram em acomodar o ex-presidente, levando travesseiros para as instalações destinadas aos hóspedes, que ficam dentro do complexo diplomático, no Setor de Embaixadas Sul.
A ida de Bolsonaro à embaixada será investigada pela Polícia Federal (PF). O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que ele esclareça as razões pelas quais permaneceu, por dois dias, na representação diplomática.
Ontem, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) também convocou o embaixador Miklos Tamás Halmai para que explicasse o encontro, mas ele evitou responder a maior parte das perguntas sobre Bolsonaro. Em nota, os advogados do ex-presidente disseram que a hospedagem de Bolsonaro na embaixada foi para atualizar “os cenários políticos das duas nações”.